quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Talento de Messi não pode ofuscar superioridade brasileira


Mano Menezes teve um começo de trabalho excepcional à frente da Seleção Brasileira. Até a partida contra os argentinos, disputada no Catar, a equipe comandada pelo ex-treinador corintiano havia acumulado três vitórias em três partidas, tendo sofrido apenas um gol. A "Era Mano" começou em solo americano, quando vimos o renovado elenco canarinho, de Ganso e Neymar, vencer os donos da casa por 2 a 0 e empolgar o público brasileiro. Depois vieram partidas contra equipes mais fracas, Irã e Ucrânia, e mais duas vitórias.

E devido justamente à fragilidade e à pouca tradição dos adversários vencidos pela Seleção Brasileira é que o embate contra os hermanos era tido como o primeiro teste verdadeiro enfrentado pelo ótimo time de Mano. Na verdade, a qualidade técnica dos jogadores é praticamente indiscutível, com algumas poucas exceções. O que deveria ser mostrado, além do bom futebol que já vinha sendo praticado por este time, era personalidade no maior clássico entre seleções do mundo. E não à toa Mano convocou Ronaldinho, jogador de mais experiência, para tirar o peso das costas dos "novatos" do time.

O jogo começou bastante movimentado, principalmente devido à velocidade dos dois atacantes brasileiros, Neymar e Robinho. Porém, ficou evidente que a ausência de Alexandre Pato foi de extrema importância para determinar o placar. Faltava profundidade à Seleção Brasileira, que criava oportunidades, mas não as concluía com eficiência. André, o único centroavante do elenco, ainda não tem cacife para assumir a camisa 9, principalmente em um jogo de enorme peso como esse. E foi em um lance infeliz de Douglas, após perder a bola no meio de campo, que o incrível Messi, com sua genialidade, mostrou ao mundo que não tem para ninguém: ele é o melhor jogador do planeta.

Apesar do resultado adverso, o excelente início desse time não pode ser colocado em dúvida. A equipe tem mostrado um futebol leve e, acima de tudo, consistente. O sistema defensivo, composto por Thiago Silva e David Luiz, é de uma segurança incrível, o que diminui as chances de retorno dos "medalhões" Lúcio e Juan. Júlio César e Maicon com certeza voltarão ao time, embora a vaga na lateral direita já pareça preenchida por Daniel Alves. Lucas, um dos homens de confiança de Mano, ganhou a posição de primeiro volante. As únicas ausências que senti foram as de Marcelo e Hernanes, além, claro, dos contundidos Ganso e Pato. Ronaldinho foi bem e deve ter mais chances nas próximas convocações. Portanto, é necessário tolerância com o trabalho de Mano Menezes, que vem sendo executado, ao meu ver, da melhor maneira possível.

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