quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Ansiedade deverá ser maior adversário do Fluminense


Incentivo aos jogadores não faltará. E não me refiro àquele que parte dos cofres de alguns clubes, a famosa mala branca. Mas sim do incentivo das arquibancadas. Todos os ingressos destinados à torcida do Fluminense se esgotaram em poucas horas (marcadas por muita confusão). Tal empolgação se justifica pelo fato de os torcedores do tricolor carioca não comemorarem um título de Campeonato Brasileiro há 26 anos, quando, sob o comando de Carlos Alberto Parreira, o Fluminense derrotou o rival Vasco da Gama em um Maracanã lotado, levando a taça para as Laranjeiras.

Ao longo tempo sem conquistar o título máximo do futebol brasileiro, somam-se, ainda, os insucessos em decisões nos últimos dois anos, quando o Fluminense foi vencido pela LDU nas finais da Libertadores e da Copa Sul-Americana, em 2008 e 2009, respectivamente. Nestas oportunidades, apesar das derrotas, a equipe carioca ficou muito perto do título. Na final da Libertadores, perdeu a decisão nos pênaltis, após empatar o placar agregado no tempo normal, com ótima atuação de Thiago Neves. No ano seguinte, pela Sul-Americana, ficou a um gol de decidir o título nas cobranças de penalidades, quando fez 3 a 0 sob os olhares de sua apaixonada torcida.

Diante de tudo isso, um conhecido e forte adversário de muitas equipes tradicionais volta a aparecer: a ansiedade. Ainda mais com a possibilidade de dois times de grande qualidade "roubarem" a sua taça, Corinthians e Cruzeiro, que têm jogos também considerados fáceis, pelo menos na teoria. O Corinthians vai a Goiânia enfrentar o Goiás, totalmente focado na final da Copa Sul-Americana, principalmente após o resultado positivo conquistado no primeiro embate. O Cruzeiro recebe o pressionado e fragilizado Palmeiras, que não deverá dificultar a vida de um time que pode complicar diretamente o seu maior rival.

A mala branca que o Corinthians enviará ao Guarani, para que este dificulte a vida do primeiro colocado, o Fluminense, tornou-se pública. Diz-se que o clube paulista oferecerá R$ 2,5 milhões para o já rebaixado elenco bugrino. Além, claro, da quantia que deverá partir de Minas Gerais. Apesar do incentivo financeiro, não acredito que o Guarani vá oferecer tanta resistência ao ótimo e embalado time do Fluminense, que sofrerá mais com a tensão de abrir o placar o mais cedo possível do que com a "qualidade", se é que esta existe, do adversário. O incentivo das arquibancadas e a disparidade técnica entre as duas equipes deverá prevalecer sobre o dinheiro.

Em um campeonato tão disputado, que pode ser decidido pelo saldo de gols, qualquer tentativa ética de se vencer é válida. A mala branca, embora desnecessária financeiramente para a maioria dos jogadores que a recebe, não passa de um incentivo. Diferente de sua irmã, a mala preta, oferecida para que um time não se esforce dentro de campo e entregue a partida para o adversário. Porém, ao contrário do que dizem, nem sempre se alcançam objetivos apenas com dinheiro, o que parece ser o caso desta emocionante rodada final do Campeonato Brasileiro de 2010.

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