
A expectativa no início da temporada não era das mais otimistas. Quando se falava em futebol paulista, o Palmeiras, na maioria das vezes, era visto como quarta força do estado, ficando atrás dos rivais Corinthians, Santos e São Paulo. Opinião compreensível, visto que, no final de 2010, a equipe alviverde decepcionara ao ser eliminada pelo modesto Goiás na Sul-Americana, desperdiçando a oportunidade de se classificar para a Libertadores e, consequentemente, de garantir maior poder de investimento para 2011. Além disso, as eleições presidenciais de janeiro fizeram com que a maioria dos dirigentes se preocupasse mais com a sua situação política dentro do clube do que propriamente em montar um plantel qualificado para a temporada.
No entanto, apesar deste nebuloso futuro previsto para o time de Felipão, o que se vê dentro de campo e na tabela de classificação é um quadro bastante diferente. Até o momento, o Palmeiras é a equipe que mais rodadas passou na liderança do Campeonato Paulista, sendo seis ao todo, mantém-se no topo do estadual e avança sem maiores dificuldades na Copa do Brasil, competição em que já se garantiu nas oitavas-de-final e, agora, espera por Santo André ou Sampaio Corrêa. Os mais conservadores podem dizer que os comandados de Scolari ainda não enfrentaram equipes de maior qualidade técnica, mas há de se ressaltar que seus rivais também não passaram por este teste e, mesmo assim, continuam oscilando boas e más atuações.
O principal motivo para este surpreendente desempenho no começo de 2011 é o treinador. Felipão assumiu o comando palmeirense em julho do ano passado, após a Copa do Mundo, e optou por manter as características do time que já vinham sendo utilizadas. Desta vez, o técnico aproveitou a pré-temporada para montar um sistema defensivo consistente, o menos vazado do Paulistão, que compensa a falta de opções no ataque palmeirense. Algumas pessoas até questionam o alto salário pago pela diretoria a Felipão, mas, na minha visão, não poderia ser diferente. É a justa valorização de um treinador que já conquistou uma Copa do Mundo com a seleção brasileira e duas Libertadores, sendo uma com o Palmeiras, em 1999.
As contratações feitas pela nova diretoria não foram muitas, mas eficientes. Thiago Heleno chegou para compôr o miolo de zaga ao lado de Danilo, já conquistou a confiança de Felipão e, inclusive, anotou dois gols no jogo contra o Bragantino, vencido pelo Palmeiras por 3 a 0. João Vitor e Adriano também foram contratados. O primeiro entra com certa frequência na equipe e não decepciona, enquanto o segundo começou fazendo gols, mas não manteve a regularidade do início. Ainda há as presenças de Deola, um dos maiores responsáveis pelos ótimos números da defesa palmeirense, Cicinho, que foi contratado no início do ano, não sentiu o peso da camisa e vai muito bem na lateral-direita, além de Valdívia e Kléber, referências do time.
Evidentemente, ainda é muito cedo para dizer se o Palmeiras terá ou não um ano vitorioso. Para um campeonato longo como o brasileiro, acredito que haja a necessidade de se contratar mais peças de reposição, sobretudo para o ataque, que ainda deverá contar com Wellington Paulista e Maikon Leite no futuro. Em relação ao Campeonato Paulista, vejo a equipe como uma das candidatas à conquista, embora tudo possa acontecer no mata-mata de jogo único, exceção feita à decisão. Na Copa do Brasil, o Palmeiras pode e deve alcançar as fases finais, mas, para chegar ao título, provavelmente enfrentará equipes qualificadas e de tradição. O time de Felipão está longe de ser brilhante, mas vem conseguindo o básico do futebol: resultados.
Confira o gol anotado por Kléber na vitória palmeirense sobre o Santos por 1 a 0, na Vila Belmiro, pela 17ª rodada do Campeonato Paulista:
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