
O futebol jogado pela seleção brasileira no embate com a Romênia, na terça-feira, ficou em segundo plano. As atenções estavam voltadas para Ronaldo, que fazia a sua última partida com a camisa 9 da seleção brasileira. Com ela, marcou 62 gols, ficando atrás apenas de Pelé, disputou quatro Copas do Mundo, tendo vencido duas, em 1994 e 2002, a última sendo o protagonista e marcando dois gols na final contra a Alemanha, além de ter se tornado o maior artilheiro da história dos mundiais, com 15 gols. Na partida de terça-feira, não apenas quem assistia, mas todos os jogadores queriam ver Ronaldo marcando um gol, e passaram a jogar por ele. Nos 15 minutos em que esteve em campo, o Fenômeno teve três chances de marcar, mas não as aproveitou. Importante, porém, foi ter convertido as oportunidades do passado.
Ronaldo, no entanto, não conquistou o “Fenômeno” no nome “apenas” pelos números citados acima e por ter sido eleito pela FIFA três vezes o melhor jogador do mundo. O atacante tornou-se ídolo de milhões de brasileiros, que passaram a ver no atleta um espelho de suas vidas. Obviamente, não me refiro à condição financeira, que certamente não é uma preocupação do ex-camisa 9, mas, sim, à superação de obstáculos que o mundo impõe a cada dia. Ronaldo foi vítima de seguidas e graves lesões ao longo de sua carreira, mas as superou e, ainda assim, desempenhou um futebol de alto nível. Fora de campo, Ronaldo comete seus deslizes como todo ser humano, mas é inegável que, no quesito “força de vontade”, ele pode servir de exemplo a muitas pessoas que também passam por constantes dificuldades no cotidiano.
Em relação à partida em si, assim como ocorrera no jogo contra a Holanda, o Brasil não foi brilhante e saiu vaiado de campo. No primeiro tempo, o nível melhorou se comparado ao duelo com os holandeses, e isso se deve à fragilidade do adversário e à entrada de Jádson, que notadamente deu mais criatividade ao time. Quanto à convocação para a Copa América, as novidades ficaram por conta de Paulo Henrique Ganso e Pato, lesionados, mas que provavelmente estarão à disposição até lá. Como eu já disse em um texto anterior, Mano Menezes tem uma ótima mão-de-obra ao seu dispor, mas não a aproveita. Marcelo, Hernanes e Hulk são jogadores que fizeram ótima temporada na Europa, mas que não são aproveitados. Espero que ele não repita Dunga e não abra mão da qualidade técnica na seleção.

Ainda em relação à decisão da Copa do Brasil, agora, cabe a Ricardo Gomes, desde já, começar a planejar a equipe que disputará a Libertadores de 2012, utilizando o Campeonato Brasileiro como termômetro para ajustes. O Coritiba, dono de uma invencibilidade de 29 jogos, deve manter o foco para colher bons frutos no restante do ano. Acredito que ainda haja algumas equipes à sua frente na disputa pela vaga na Libertadores, mas, com a chegada de alguns reforços e mantendo este bom time que já tem em mãos, é possível figurar entre os primeiros colocados no campeonato nacional. A semana do futebol foi de alegria para alguns e de tristeza para outros, mas a emoção quase sempre esteve em campo, à exceção do 2º tempo de Brasil x Romênia, e deve continuar a aparecer nas próximas semanas com a decisão da Libertadores.
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