
Engana-se quem pensa que a tradição do futebol sul-americano se restringe a Argentina e Brasil. Muito pelo contrário. Os responsáveis pelas primeiras conquistas de maior relevância para o continente foram os uruguaios, que deram início à sua vitoriosa trajetória com um bicampeonato olímpico, em 1924 e 1928, o qual lhes valeu o carinhoso apelido de Celeste Olímpica. E as demais glórias não tardaram a aparecer, visto que, em 1930, jogando diante dos olhares de sua apaixonada torcida, a seleção uruguaia conquistou a primeira edição da Copa do Mundo. Vinte anos depois, os uruguaios protagonizaram um dos resultados mais surpreendentes da história do esporte: atuando em um Maracanã com quase 200 mil pessoas, venceram os anfitriões brasileiros de virada e novamente conquistaram o mundo. O episódio em questão ficou conhecido como Maracanaço.
Apesar do enorme sucesso no início, a seleção uruguaia não foi tão bem sucedida nas décadas seguintes. Até 2010, a última grande campanha em Copas do Mundo havia sido em 1970, quando foi derrotada pelo Brasil apenas nas semifinais e alcançou a quarta colocação. Depois disso, o desempenho dos uruguaios, sobretudo nas Copas, foi bastante inferior àquele que lhes garantira inúmeros títulos. Para se ter uma ideia, entre 1974 e 2006, período no qual foram realizados nove mundiais, a Celeste deixou de participar de cinco, ou seja, mais da metade. Nos quatro restantes, apesar de competir, não convenceu sua torcida, e o máximo que conseguiu foi alcançar as oitavas-de-final, em 1986 e 1990. Os dados são ainda mais impressionantes em se tratando de Jogos Olímpicos, que não são disputados pelos uruguaios desde seu último título, em 1928.

Os frutos do planejamento de Tabárez à frente da seleção não foram imediatos, mas não tardaram muito a ser colhidos. Na Copa do Mundo de 2010, os uruguaios conquistaram a quarta colocação, condição que não atingiam desde 1970, e tiveram o melhor jogador do torneio, Diego Forlán. O resultado na África do Sul representou uma evidente evolução, já que, quatro anos antes, o time do Uruguai sequer havia se classificado para o Mundial da Alemanha. Além disso, em 2011, conseguiu os vice-campeonatos da Copa do Mundo sub-17 e do Sul-Americano sub-20, esse último que, 84 anos depois, novamente lhe garantiu vaga nos Jogos Olímpicos. Entre os clubes, o sucesso é o mesmo: em junho, o Peñarol recolocou o Uruguai em uma final de Libertadores, o que não ocorria desde 1987. Agora, o título da Copa América consolida esses números impressionantes.
Além de evidenciar a importância de preparar os jogadores desde cedo e não focar apenas na parte técnica dos mesmos, a seleção uruguaia deixa um exemplo de dedicação e comportamento adequado às outras, sobretudo à brasileira, que não convenceu na competição. Enquanto os uruguaios pareciam antenados ao torneio, a maioria dos comandados de Mano Menezes, salvo raras exceções, não dava a mínima atenção ao campeonato, passando a impressão de que não havia adversários e de que o título brasileiro ocorreria de maneira natural. Não é necessário respirar futebol o dia todo, até porque tal atitude pode ser prejudicial ao grupo. É essencial, porém, ao menos mostrar interesse por uma competição que envolve o sentimento de milhões de torcedores e que ocorre apenas a cada quatro anos. Nessa disciplina, os uruguaios deram aula.
No vídeo abaixo, confira os três gols que garantiram aos uruguaios o título da Copa América. A Celeste reviveu as glórias do passado e deu um exemplo de dedicação e amor à camisa.
Fico feliz em ver outro país ganhando a Copa America. Chega de Brasil e Argentina com seu futebol moderno. Raça Uruguaia! Lugano Campeão!
ResponderExcluirNóóóóóóóis hahahahahahaha Torcendo para o Uruguai desde a primeira partida!
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