segunda-feira, 5 de março de 2012

Valiosa e atrativa, Premier League pode não ter nenhum representante nas quartas-de-final da Champions


Hoje em dia, pode ser chamado de louco aquele que, ao elaborar uma lista com os melhores times do planeta, não coloca em primeiro lugar o Barcelona, atual campeão da Europa e do mundo. Logo em seguida, ainda a uma certa distância do líder, normalmente vem o Real Madrid, maior adversário dos catalães. Porém, apesar dessa "supremacia" espanhola, a liga nacional mais forte continua sendo a inglesa, que reúne uma quantidade significativa de equipes com qualidade técnica. Nesse grupo, estão incluídos os dois rivais de Manchester, o Chelsea, o Arsenal, o Liverpool e o Tottenham, que, obviamente, não se encontram no mesmo patamar, mas que têm à disposição pelo menos um jogador capaz de decidir partidas. Sem falar em clubes de menor expressão, como o Newcastle e o Fulham, que às vezes resolvem complicar a vida dos "grandes" do futebol local.

No que diz respeito ao poderio econômico, são os números que comprovam essa superioridade do Campeonato Inglês em relação às outras competições. Um estudo feito pela empresa Pluri Consultoria no final do ano passado revelou que a Premier League é o torneio nacional mais valioso do mundo. Os dados absolutos por si só já são exponenciais, mas ficam ainda mais evidentes quando comparados aos de outras ligas: o certame da Terra do Rainha tem um valor de mercado de 3,3 bilhões de euros, enquanto, em segundo lugar, vem o Campeonato Espanhol, que, mesmo com os poderosos Barcelona e Real Madrid, foi avaliado em "apenas" 2,7 bilhões de euros, 600 milhões a menos em comparação com a competição inglesa. Para se ter uma ideia, nesse quesito, o 6º colocado é o Campeonato Brasileiro, cujo valor de mercado é de "só" 960 milhões de euros.

Na atual Liga dos Campeões, todavia, os ingleses não têm honrado as estatísticas anteriores. Tanto é que, em 2012, a valiosa Premier League pode não ter nenhum representante nas quartas-de-final da Champions, o que não acontece desde a temporada 1995/1996. À ocasião, o único time inglês no campeonato, que ainda contava com apenas 16 equipes na fase de grupos, era o Blackburn, eliminado na primeira fase. Quem passou por experiência semelhante foi a Itália, que na temporada 2008/2009 viu Internazionale e Roma eliminadas nas oitavas. Esse desempenho ruim faria com que os italianos, em 2011, caíssem no ranking da UEFA e, consequentemente, perdessem uma vaga na competição para os alemães. Curiosamente, nessa mesma edição, a Inglaterra chegou à fase em questão com 4 representantes - Arsenal, Chelsea, Liverpool e Manchester United.

O mau desempenho dos ingleses no torneio começou com a eliminação dos rivais de Manchester já na primeira fase. O City, que tanto gastou no início da temporada - só à contratação de Agüero, por exemplo, foram destinados 45 milhões de euros -, acabou na 3ª colocação do grupo A e, por isso, não avançou ao mata-mata. Os Citizens, no entanto, ainda podem usar a justificativa de que estão se adaptando à atmosfera da competição e de que caíram em uma chave complicada, na qual se classificaram Bayern de Munique e Napoli, argumento que não serve para o United. Os comandados de Alex Ferguson, em seu grupo, ficaram atrás de Benfica e Basel, clubes que, sem dúvida, estão longe de ter o mesmo poder financeiro e a tradição da equipe vermelha de Manchester. Difícil acreditar que um possível título inédito da Liga Europa vá contentar os Red Devils.

E a situação dos ingleses "sobreviventes" na Champions League é bastante delicada, principalmente a do Arsenal. A equipe de Arsène Wenger foi à Itália para enfrentar o Milan em San Siro e voltou à Inglaterra com um amargo 4 a 0, placar bastante complicado de se reverter, ainda mais em se tratando de um time cada vez mais dependente da inspiração do atacante van Persie. Também em solo italiano, o Chelsea, o outro inglês vivo na competição, perdeu para o Napoli por 3 a 1. Agora, cabe aos Blues, que já não têm André Villas-Boas no comando, fazer pelo menos 2 a 0 jogando em Londres. O cenário para o clube do bilionário Roman Abramovich é um pouco mais cômodo em relação ao do Arsenal, mas derrotar o Napoli do trio Hamsik, Lavezzi e Cavani certamente não será uma missão fácil. O sonho do russo de conquistar a Europa continua distante.

Pode até ser que o Arsenal faça uma exibição perfeita nesta terça-feira e vença o Milan por uma margem de gols que lhe garanta vaga nas quartas-de-final. Além disso, não é nenhum absurdo imaginar que o Chelsea ganhe do Napoli por 2 a 0 na semana que vem jogando em seu estádio e, com isso, avance ao mata-mata. Essas hipóteses, porém, são as mais otimistas possíveis para os dois times. A probabilidade maior indica que pelo menos um deles caia já nas oitavas-de-final. E tal desempenho caminha na contramão das últimas campanhas de clubes da Inglaterra, país que desde 2005, à exceção de 2010, é sempre representado por uma equipe na final - em 2008, por exemplo, houve uma decisão inglesa em Moscou. Diante desse contexto, a missão de Arsenal e Chelsea é bem clara: manter os ingleses lá cima na montanha do futebol europeu.

No vídeo abaixo, confira os melhores momentos do duelo entre Milan e Arsenal, disputado em San Siro no dia 15 de fevereiro. Os 4 a 0 aplicados pelos italianos deixaram bastante complicada a situação do clube inglês, que precisa fazer 5 gols e não levar nenhum para avançar às quartas-de-final no tempo regulamentar.

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