sexta-feira, 18 de maio de 2012

Título inglês do Manchester City representou prêmio à torcida azul e ao apaixonado por futebol


Ter um time de futebol pelo qual torcer é uma das sensações mais incríveis que existem. Vestir a camisa do clube do coração logo de manhã em um domingo de jogo importante, acompanhar diariamente o noticiário em busca de preciosas informações e provocar os amigos da equipe rival após uma vitória podem ser "manias" irrelevantes para várias pessoas, mas representam muito para aqueles que vivem intensamente o esporte bretão. E todas essas ações ficam ainda mais saborosas quando a fase desse time é boa. Afinal, no cotidiano de um fanático torcedor, poucos momentos se comparam à alegria de um título ou à de um gol nos segundos finais que nos faz esquecer, pelo menos por alguns instantes, os diversos e inevitáveis problemas do dia-a-dia. São segundos que insistem em permanecer na nossa memória para sempre

O futebol é uma espécie de "retrato" da vida, ainda que em menores proporções. E é preciso saber que, assim como ela, não oferece apenas felicidades. Derrotas em clássicos e perdas de títulos são inevitáveis. Em alguns casos, torcedores de clubes acostumados às vitórias têm de passar anos e até décadas sem comemorar conquistas de maior importância. Aqui no Brasil há vários exemplos, como o Corinthians, que ficou de 1954 a 1977 - 23 anos - sem ganhar um troféu de grande relevância, o Botafogo, de 1968 a 1989, e o Palmeiras, de 1976 a 1993. Essa é a época em que o pai sofre para fazer o filho torcer pelo mesmo time, sobretudo quando os principais adversários estão em alta. Mas o dia em que esse sofrimento acaba fica gravado na memória do torcedor. Os títulos do Corinthians, em 1977, e do Palmeiras, em 1993, comprovam essa tese.

Quem passou por situação semelhante à descrita acima foi o Manchester City. O clube viveu momentos de glória no final da década de 60 e no início da de 70, época em que conquistou o segundo título inglês de sua história, a Copa da Liga, a FA Cup e a Recopa Europeia. Esse sucesso, porém, não durou muito tempo, e o City mergulhou na já conhecida "fila" de conquistas. Os Citizens não levantavam nenhum troféu de maior expressão, acumulavam alguns rebaixamentos e, para piorar, assistiam à consagração do Manchester United como potência inglesa, europeia e mundial, principalmente com a chegada de Alex Ferguson, em 1986. Em 1999, por exemplo, o City retornava à segundona depois de ter caído para a terceira divisão, enquanto que, neste mesmo ano, o United celebrava as conquistas da FA Cup, da Premier League e da Liga dos Campeões.

No último domingo esse cenário se inverteu. Ao contrário do que vinha acontecendo com certa frequência nas décadas anteriores, a parte azul de Manchester finalmente foi dormir mais feliz do que o lado vermelho. É verdade que o City voltou a ganhar um título e saiu dessa "seca" em 2011, quando bateu o Stoke na final da FA Cup e ficou com o caneco. Mas a consagração, sem dúvida, veio somente após o título da Premier League, conquistada depois da incrível vitória no final de semana passado. Para quem ainda não sabe, o City, que chegou à última rodada como líder e com o mesmo número de pontos do United, perdia para o frágil QPR em casa por 2 a 1 até o início dos acréscimos. Simultaneamente, o time de Alex Ferguson vencia o Sunderland e ficava com o título. No apagar das luzes, porém, Dzeko e Agüero viraram o placar e garantiram a taça ao City.

A conquista da maneira como ocorreu foi um verdadeiro prêmio à torcida do City, que, apesar de todo o dinheiro estrangeiro investido no clube, não tem nada de artificial, além de ter se mantido fiel ao clube mesmo quando tudo parecia jogar contra os azuis e, o pior, a favor dos Red Devils. O título da Premier League foi um prêmio ao garotinho da foto, que, assim como o desenho do cartaz, deve estar sorrindo até hoje depois de uma infância complicada no que diz respeito ao esporte. E é dessa maneira que nós, apaixonados pelo futebol, também ficamos depois de um final de campeonato tão espetacular como o de domingo, acabando com a tese de que os pontos corridos não proporcionam emoção. Finalizo esse texto com uma frase interessante: "o mundo se divide em dois tipos de pessoas: as que amam futebol e as que não sabem o que estão perdendo".

No primeiro vídeo, confira a torcida do Manchester City cantando "Blue Moon", presença constante nos jogos da equipe. No segundo, uma garotinha de apenas três anos entoa duas canções: uma em homenagem ao atacante italiano Mario Balotelli, peça importante no título inglês, e também a tradicional "Blue Moon".



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