terça-feira, 8 de março de 2011

A incrível superioridade do Barcelona diante do irreconhecível Arsenal e a eliminação romana


68% de posse de bola ao longo da partida. 17 finalizações, sendo que 10 exigiram o trabalho dos goleiros adversários e outras 7 foram para fora. São esses os números impressionantes do Barcelona no duelo com o Arsenal, disputado na Espanha, que garantiu aos catalães a vaga nas quartas-de-final da Liga dos Campeões. Para dar mais ênfase à superioridade dos donos da casa, eis as estatísticas dos ingleses: apenas 32% do tempo com a bola nos pés e nenhuma finalização no decorrer do jogo. Exatamente isso que você leu. Nenhuma. Durante os 90 minutos e mais os acréscimos, Valdez sequer sujou o seu uniforme. 3 a 1 incontestável, pelo futebol jogado pelo Barcelona e não jogado pelo Arsenal. As decisões da arbitragem são um caso à parte.

Depois da derrota por 2 a 1 no Emirates Stadium, há duas semanas, já era de se esperar que o Barcelona, desde o início da partida, dificultasse a saída de bola do Arsenal e sufocasse os ingleses em seu campo de defesa. Porém, mesmo em um esquema com três atacantes, era notória a dificuldade de furar o bloqueio armado pelos londrinos. Era necessária, além do vacilo adversário, a genialidade de dois jogadores fora de série, e é justamente esse o fator que distingue as duas equipes. No final da primeira etapa, Fàbregas, formado nas categorias de base do Barcelona, deu a brecha e perdeu a bola para Iniesta. O autor do gol da final da Copa do Mundo de 2010 só rolou para que Messi aplicasse um lindo "mini-chapéu" em Almunia e abrisse o placar.

No início do segundo tempo, o Arsenal até que tentou adotar outra postura e impor o futebol ofensivo típico dos times comandados por Arsene Wenger. Mas a superioridade do Barcelona era tão grande que até o gol de empate inglês partiu de um espanhol. Após escanteio cobrado por Nasri, Busquets, improvisado na zaga, desviou contra sua própria meta. O 1 a 1 garantia a vaga ao Arsenal. Apesar do gol, os catalães não se intimidaram e continuaram com aquele futebol de toque de bola, paciente e, acima de tudo, eficiente. A disparidade entre os times se acentuou com a contestável expulsão de Van Persie, e não foi necessário muito trabalho para que Xavi colocasse a sua equipe novamente na frente e que Messi, de pênalti, fechasse o placar. Vitória merecida.

Apesar do futebol bem jogado, algumas decisões contestáveis da arbitragem, como de costume, vieram à tona. A começar por um "pênalti" não marcado de Djourou em cima de Messi, ainda na primeira etapa, que, a meu ver, ocorreu. A polêmica só aumentou nos 45 minutos finais. Van Persie, que já recebera cartão amarelo, ignorou o apito do árbitro e chutou a bola com o jogo já parado. Cartão vermelho para o holandês. Há infrações muito mais graves no futebol que sequer são interpretadas como falta. Decisão rígida do suíço Massimo Busacca. Minutos depois, a "falta" sofrida por Pedro dentro da área, que resultou em pênalti, também foi alvo de discussões. Erros à parte, nada justifica a pífia atuação do Arsenal e apaga o brilho de Messi e companhia.

Na Ucrânia, o Shakhtar, uma das surpresas mais agradáveis da competição, também não precisou de suar a camisa para mandar a Roma de volta para a "Cidade Eterna". Vitória por 3 a 0, com destaque para as boas atuações dos brasileiros Willian, ex-Corinthians, e Eduardo, ex-Arsenal, que deixaram suas marcas no placar. Aliás, este último, naturalizado croata, merece menção especial devido à grave lesão que sofreu quando ainda jogava na Inglaterra, no início de 2008. Situação difícil para os italianos, que já viram um de seus clubes eliminados e precisarão se superar nas partidas de volta, a começar pelo Milan, que, nesta quarta-feira, vai a Londres para virar o placar de 1 a 0 diante do Tottenham, em pleno White Hart Lane. Haja coração!

4 comentários:

  1. Pra mim, o árbitro acertou em quase tudo no jogo, exceto na não marcação do penalti que Messi sofreu no 1º tempo. Fora isso...

    Van Persie, já tinha recebido amarelo por uma agressão a Daniel Alves, aí depois, cometeu a "burrice" de chutar a bola depois que o juiz havia parado o jogo. Tá na regra, creio eu, que esse tipo de lance é para se punir com o cartão, como já tinha um... Expulsão merecida!

    Pra mim, também houve penalti em cima de Pedro, portanto, O Arsenal não tem do que reclamar, foi ao Camp Nou morrendo de medo do Barcelona e teve seu castigo.

    E Messi, como sempre, Show! Não há ninguém que se equipare ao Argentino, hoje em dia. Apesar que Iniesta, Xavi e Cristiano Ronaldo são fora de série, também!

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  2. Eu concordei com as decisões do árbitro, mas continuo discordando dessa regra de cartão amarelo ao jogador que chuta a bola com o jogo parado. Como mencionei no texto, há infrações muito mais graves que não são encaradas sequer como falta. Acertos e erros à parte, nada vai apagar o show do Barcelona e o apagão do Arsenal.

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  3. Concordo! Essa regra é meia "tosca", mesmo! Mas o "burro" do Van Persie sabia! Mas tem infrações, realmente, muito mais graves e não são advertias com o cartão, isso é FATO!

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  4. E o mesmo vale para a regra de que o jogador não pode tirar a camisa ao comemorar um gol, obviamente a pedido dos patrocinadores. Ridículo!

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