sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Na Libertadores, um torneio "traiçoeiro", Uruguai entra com o maior número de títulos, e o Brasil, de representantes


Foram definidos os 32 participantes da Libertadores de 2012 com o final da fase preliminar do torneio, em algumas ocasiões encarada pelos brasileiros como uma "preparação" para o restante da competição, mas que, ultimamente, não tem sido tão simples na prática - basta recordar a eliminação do Corinthians para o colombiano Tolima no ano passado. O Flamengo venceu o modesto Real Potosí, da Bolívia, pelo placar agregado de 3 a 2 e se classificou, assim como o Internacional, que superou o Once Caldas, da Colômbia, pelos mesmos 3 a 2 na somatória dos dois resultados. Passaram também dessa etapa e se juntaram às 26 equipes já garantidas anteriormente o Arsenal, da Argentina, o Peñarol, clube uruguaio vicecampeão em 2011, o Libertad, do Paraguai, que na edição anterior eliminou o Fluminense, e o Unión Española, do Chile.

Com isso, já é possível destacar alguns dados da atual edição do torneio continental, como no que diz respeito às conquistas. O país que entra na competição com o maior número de títulos é o Uruguai, com 8 taças - 5 do Peñarol e 3 do Nacional. É importante ressaltar, no entanto, que uma equipe uruguaia não vence a Libertadores desde 1988, quando o próprio Nacional bateu na final o Newell's Old Boys, da Argentina, e conquistou o tricampeonato. Depois, com 7 troféus cada, vêm Argentina e Brasil, que têm dominado o torneio nas últimas décadas. Afinal, de 1991, ano em que Colo-Colo e Olímpia decidiram o título, até hoje, todas as decisões contaram com pelo menos um clube argentino ou um brasileiro - várias vezes com os dois. Por outro lado, equipes mexicanas, peruanas, bolivianas e venezuelanas tentarão a conquista inédita para suas nações.

Pelo menos um confronto entre times brasileiros já está garantido. No grupo 1, Internacional e Santos, os campeões das duas últimas edições do torneio, deverão fazer um dos melhores duelos dessa fase. A tendência é que os jogos, marcados para 8 de março e 4 de abril, sejam bastante abertos e com várias chances de gol devido ao poderio ofensivo de que dispõem Muricy Ramalho e Dorival Júnior. A equipe paulista manteve a base vencedora de 2011 e agora conta com Borges, superior tecnicamente a Zé Eduardo, o centroavante do tricampeonato continental. O Internacional formou um quarteto - Oscar, D'Alessandro, Dagoberto e Leandro Damião -, ao menos na teoria, muito forte. Resta saber se funcionará com eficiência na prática. Juan Aurich, do Peru, e The Strongest, da Bolívia, aparentemente terão sérias dificuldades em conseguir vaga no mata-mata.

Em meio a turbulências e incertezas, o Flamengo inicia a sua caminhada, que na 3ª rodada passará pelo Olímpia, clube que já foi carrasco de um time brasileiro: há 10 anos, em 2002, a equipe paraguaia derrotou o São Caetano na decisão por pênaltis e faturou o tricampeonato da competição. Detalhe que, nessa mesma edição, o rubro-negro também caiu no grupo do Olímpia e, curiosamente, terminou em último na sua chave, despedindo-se precocemente do torneio. O Corinthians, ao contrário do Flamengo, vive um ótimo momento. A alegria do título brasileiro persiste no Parque São Jorge, o começo no Paulistão em termos de resultados foi muito bom, e o elenco fica cada vez melhor. Os maiores obstáculos corintianos são a pressão de o clube nunca ter vencido a Libertadores e a maneira como Tite e o grupo de jogadores lidarão com essa questão.

No grupo 4, haverá o reencontro entre Fluminense e Boca Juniors, que duelaram nas semifinais da Libertadores de 2008. À ocasião, os brasileiros venceram a equipe argentina - campeã um ano antes, em 2007, batendo o Grêmio no Olímpico na decisão -, mas acabariam derrotados pela LDU na final. Agora, com muitas opções no banco de reservas, principalmente para o setor de criação, Abel Braga parece ter condições de igualar o feito de Renato Gaúcho em 2008 e ir além, conquistando o título inédito. O rival Vasco da Gama conseguiu sua classificação em junho passado, ou seja, tempo de preparo não faltou - o que será preciso em um grupo tão disputado com Nacional, Libertad e Alianza Lima. Na busca pelo bicampeonato, a equipe de São Januário poderá contar com Juninho Pernambucano, um dos destaques da conquista da Libertadores de 1998.

A Libertadores é, muitas vezes, uma competição traiçoeira. Como os campeonatos nacionais da América do Sul não têm grande divulgação no Brasil, alguns torcedores e até jogadores e técnicos brasileiros desconhecem várias equipes que disputam o torneio continental. Uma das que fogem a essa regra é a Universidad de Chile, que, sob o comando do argentino Jorge Sampaoli, em 2011 conquistou o Apertura e o Clausura - fases em que é dividido o Campeonato Chileno -, além da Sul-Americana, derrotando um embalado Vasco da Gama nas semifinais. Em 2012, mesmo sem o seu principal jogador, o atacante Eduardo Vargas, hoje no Napoli, o time chileno desponta como favorito. Portanto, apesar da indiscutível superioridade financeira dos brasileiros em relação aos adversários, é preciso cautela para evitar um vexame conjunto como o de 4 de maio de 2011.

No vídeo abaixo, confira a reportagem do Globo Esporte de São Paulo sobre as eliminações de Fluminense, Internacional, Grêmio e Cruzeiro da Libertadores de 2011 no mesmo dia. O potencial econômico e técnico dos brasileiros é inquestionável. Porém, "pedras sul-americanas" no caminho são constantes.



Crédito da imagem: Sportv

3 comentários:

  1. O que eu mais curto na Libertadores é a arbitragem. Por mim, os arbitros brasileiros deveriam deixar o jogo correr como nessa competição. Muito mais emoção e melhoras na técnica!

    Belo texto, abração!

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  2. Esse ano, finalmente será nosso! VAI CORINTHIANS! hahaha

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  3. Opa! Claro!
    Já coloquei o seu blog como um dos meus favoritos.
    Caso tenha MSN, depois me adicione para trocarmos ideias e experiências do futebol brasileiro e do português: cairo1308@hotmail.com
    Abraço!

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