terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Eleição de Messi foi merecida, mas outros quesitos da premiação dos melhores do mundo podem ser contestados

Bicampeão alemão, Klopp não figurou entre os finalistas
Como disse no último texto, nesta segunda-feira, Lionel Messi foi eleito o melhor jogador do mundo pela quarta vez consecutiva. Embora o argentino não tenha faturado tantos títulos quanto nos anos anteriores, considerei a vitória merecida, dados os números individuais espetaculares que o camisa 10 atingiu. Mas, a meu ver, essa mesma justiça não existiu em alguns outros quesitos da premiação, como na seleção dos três melhores treinadores, no "time ideal" e no gol mais bonito de 2012.

Primeiramente, é importante esclarecer como ocorre essa eleição. Nas escolhas dos melhores jogadores e treinadores, tanto do masculino quanto do feminino, têm direito a voto os capitães e técnicos das seleções nacionais, além de jornalistas escolhidos pela própria FIFA. Representaram o Brasil, por exemplo, Mano Menezes (técnico à época da votação), Thiago Silva (capitão) e Cléber Machado (jornalista) no masculino, enquanto no feminino votaram Jorge Barcellos (técnico que também já deixou o cargo), Marta (capitã) e Jorge Luiz Rodrigues (jornalista). Já o vencedor do Prêmio Puskás, entregue ao atleta que anotou o gol mais bonito do ano, sai de votação aberta ao público na internet, e quem escolhe o time ideal são os 50 mil jogadores filiados à FIFA.

Esses 50 mil atletas formaram não uma seleção do mundo, mas do Campeonato Espanhol. Foram cinco jogadores do Barcelona, cinco do Real Madrid e um do Atlético de Madrid. Até concordo que os dois primeiros times de fato reúnem o que há de melhor no planeta bola. Porém, para mim, a grife de catalães e madridistas fez com que o "eleitorado" deixasse de olhar para ligas até mais fortes do que a espanhola. As minhas mudanças começariam pelas laterais. Na direita, trocaria Daniel Alves por Philipp Lahm, finalista da Champions com o Bayern, e na esquerda optaria por Ashley Cole, peça importante do Chelsea campeão europeu, ao invés de Marcelo. Na zaga, o ótimo defensor Mats Hummels, campeão alemão com o Borussia Dortmund, substituiria Sérgio Ramos.

No meio-campo, senti bastante a ausência de Andrea Pirlo. Aos 33 anos, o camisa 21 foi o cérebro da Juventus campeã nacional invicta e da Itália na Euro. Ele poderia ocupar a vaga de Xavi, não tão brilhante como o italiano em 2012. Na frente, vi muitas pessoas pedindo Didier Drogba no lugar de Falcao. Afinal, o marfinense foi o craque do Chelsea no título da Champions - e, não fossem seus gols, duvido que os ingleses tivessem o mesmo sucesso. Apesar disso, optaria pelo colombiano, que continuou em evidência depois de conquistar a Liga Europa em maio. Falcao marcou três gols na decisão da Supercopa europeia contra o Chelsea em agosto e já fez 17 no atual Espanhol. Lembrando que Drogba transferiu-se para Shangai Shenua, da China, depois do título europeu.

Essa "badalação" sobre Barcelona e Real Madrid também se refletiu no banco de reservas. Ao lado de Vicente del Bosque e José Mourinho, Pep Guardiola mais uma vez concorria a melhor treinador do mundo. Não contesto a competência do técnico catalão, vencedor com méritos em 2011, mas apenas a conquista da Copa do Rei, sinceramente, não o credenciava ao prêmio esse ano. Em seu lugar, colocaria Roberto Di Matteo, comandante do Chelsea no histórico título europeu dos Blues, eliminando inclusive o Barcelona de Guardiola na semifinal. Di Matteo até foi mais lembrado pelos eleitores, mas seus 208 votos tiveram peso inferior ao dos 197 recebidos pelo espanhol - o primeiro colocado na preferência dos eleitores recebe 5 pontos, o segundo, 3, e o terceiro, 1 ponto.

Quanto a Mourinho, não considero sua presença absurda, mas ele também não estaria na minha lista. Jürgen Klopp, do Borussia Dortmund, a meu ver merecia mais. Ele foi bicampeão da Bundesliga e acabou na primeira colocação do "grupo da morte" da Champions, superando nada menos que o Real Madrid do próprio Mourinho, o Manchester City e o Ajax. Por fim, a eleição do Prêmio Puskás, que certamente contou com muitos votos de internautas turcos no vencedor Miroslav Stoch. Para mim, o tento mais espetacular em 2012 foi o de Zlatan Ibrahimovic contra a Inglaterra. Como ele ficou de fora, optaria pelo de Falcao, cujo nome, muitos não sabem, é uma homenagem ao craque brasileiro Paulo Roberto Falcão. Vem daí a inspiração do colombiano?

Resumindo, meus votos seriam os seguintes (em negrito, os vencedores):

Time ideal: Casillas; Lahm, Piqué, Hummels e Ashley Cole; Xabi Alonso, Pirlo e Iniesta; Cristiano Ronaldo, Messi e Falcao
Melhores jogadores: Messi, Cristiano Ronaldo e Iniesta
Melhores técnicos: Vicente Del Bosque, Roberto Di Matteo e Jurgen Klopp
Prêmio Puskás: Falcao García (não considerando o gol de Ibrahimovic, feito depois do anúncio dos concorrentes)

Abaixo, confira o golaço de Falcao García filmado das arquibancadas. Chama a atenção a reação eufórica dos torcedores que presenciaram essa verdadeira obra-prima do atacante colombiano.

Um comentário:

  1. Fala, meu caro! Concordo com boa parte do que foi dito. Não sou tão expert assim, mas posso dar minha opinião: Quanto à lateral-esquerda, acredito que o Marcelo esteve um degrauzinho acima do Cole durante o ano sim, e para mim, mereceu estar na lista. Quanto à zaga, eu também tiraria o Sergio Ramos, mas pelo futebol apresentado, colocaria David Luiz em seu lugar, acha digno?
    Quanto ao prêmio Puskás, achei que tanto o vencedor, quanto o gol do Falcao foram incríveis, porém com certa semelhança. De elaborado, apenas a visão e o chute potente. Tendo isso em vista, achei o gol do Neymar mais completo, mais elaborado e, portanto, mais bonito, apesar da semelhança com os gols do Messi...

    ps: pra mim, na verdade, o time ideal é o Campeão do Mundo de 2012. VAI CORINTHIANS! Hahaha

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