
Em mais um de seus episódios inacreditáveis, o futebol mostrou o porquê de ser um esporte fascinante, diferenciado dos demais. Quem diria que os torcedores colorados, premiados com o cobiçado título da Libertadores em 2010, teriam um final de ano mais amargo do que qualquer outra torcida brasileira? A conquista seria a cereja do bolo. A consagração de uma década praticamente perfeita, em que o clube gaúcho venceu todos os títulos internacionais possíveis: duas Libertadores da América (2006 e 2010), Mundial de Clubes (2006) e Sul-Americana (2008). Os inúmeros sucessos não devem e não serão esquecidos, mas o final da década ficará marcado pelo fracasso em Abu Dhabi.
Nada mais justo do que, primeiramente, enaltecer e reconhecer os méritos do vencedor, ainda mais quando se trata de uma equipe "esquecida", assim como ocorre com seu continente de origem. O "Todo Poderoso Mazembe", clube da República Democrática do Congo e até então desconhecido por grande parte do mundo, já havia demonstrado seu valor no embate diante do mexicano Pachuca, em que a velocidade e a determinação dos africanos ficaram evidentes. Contra os brasileiros, mais uma vez não se intimidaram. Contrariaram várias expectativas e jogaram para frente, sem grandes preocupações. E o mais importante: jogaram um futebol feliz, carismático e sem violência.
Pelo lado do derrotado, o Internacional, seus jogadores claramente sentiram a pressão do jogo, um dos mais importantes da história do clube. Tal nervosismo se justifica pela obrigação de vencer a qualquer custo uma partida muitas vezes ignorada, visto que se dá contra equipes teoricamente mais fracas. Os vencedores da Libertadores e da Liga dos Campeões, tidos como mais qualificados, chegam à competição com o dever de avançar à final sem grandes dificuldades. Fato que nem sempre se consuma, e um bom exemplo é o próprio Internacional, que, na campanha do título mundial em 2006, não teve vida fácil contra o Al-Ahly, do Egito, tendo vencido por 2 a 1.
Pela primeira vez desde que o Mundial de Clubes é disputado nesse formato, em 2005, sulamericanos e europeus não se enfrentarão na final da competição. Com a vitória sobre o Internacional, o Mazembe mostrou que clubes de África, Ásia e Oceania, embora geralmente de pouca qualidade técnica, dão valor imensurável à competição e não a disputam à toa. Inclusive, às vezes podem até nos proporcionar cenas históricas e interessantes, como a alegria dos atletas do "Todo Poderoso", que tem como ponto forte a inusitada dança do goleiro Kidiaba. A democracia do futebol nos brindou com o carisma deste simpático e esquecido time africano.
CHUPA INTEEEEER....ADOREI A DANCINHA =]
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