Os retornos de Ronaldinho e Rivaldo ao futebol brasileiro e suas possíveis contribuições dentro de campo

O ano de 2011 mal começou, e dois pentacampeões mundiais pela seleção brasileira decidiram seguir o mesmo caminho de Ronaldo, Roberto Carlos e Robinho, sacramentando os seus retornos ao país que os revelou. Trata-se de Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo, peças fundamentais e decisivas na equipe de Felipão que conquistou a quinta Copa do Mundo para o Brasil, em 2002. Embora tenham se envolvido em negociações distintas, sobretudo no quesito duração, ambos provocaram grande divergência de opiniões no mundo da bola. Afinal, quais são os objetivos de cada um nesse retorno ao futebol brasileiro? Até que ponto eles podem contribuir, dentro e fora de campo, para seus respectivos clubes?

A negociação envolvendo Ronaldinho e as três equipes interessadas em seu futebol - Flamengo, Grêmio e Palmeiras - se tornou uma verdadeira novela. Tal fato se justifica por se tratar de um jogador de qualidade ímpar e figura conhecida no mundo todo, o que já garante um retorno financeiro através de patrocínios, venda de camisas e estádios lotados. Dentro de campo, Ronaldinho só depende de si para brilhar, dada a enorme disparidade técnica entre o craque e os que atuam no Brasil. Se deixar os costumes adotados na Europa de lado, como a pouca entrega nas partidas e nos treinamentos, há a possibilidade até de conquistar uma vaga entre os comandados de Mano Menezes, rumo à Copa de 2014.

Por outro lado, Rivaldo procurou manter a discrição que sempre o seguiu, assinando às escuras um surpreendente contrato com o São Paulo. O fato curioso da negociação é que Rivaldo era atleta do Mogi Mirim, clube do qual é presidente e pelo qual não chegou a disputar nenhuma partida em 2011. O principal argumento dos que criticam a contratação é a idade avançada do jogador, 38 anos. No entanto, Rivaldo jamais descuidou da parte física, tendo sofrido poucas lesões graves ao longo da carreira. Provavelmente, o meia não entrará em todas as partidas, mas deverá ser importante nas que disputar. Além disso, servirá de espelho para a nova e boa geração tricolor, com Casemiro, Lucas e Henrique.

Ronaldinho anseia a Copa do Mundo de 2014, sonho que se tornou ainda mais concreto para o jogador após a convocação de Mano Menezes para a partida contra a Argentina, em novembro de 2010. Já Rivaldo assinou com o São Paulo com o principal objetivo de assegurar um fim de carreira digno de um dos melhores jogadores que o mundo já viu. O maior vencedor disso tudo, sem dúvida, é o futebol brasileiro, que, mesmo não podendo competir financeiramente com o mercado europeu, volta a receber grandes craques, ainda que em final de carreira. Afinal, quem já foi rei nunca perde a majestade. Esperamos ver grandes atuações de ambos, como esta diante dos ingleses, pelas quartas-de-final da Copa do Mundo de 2002: