O retorno de Ganso aos gramados e a sofrida vitória corintiana na previsível rodada do Paulistão

Depois de mais uma rodada do longo e inchado Campeonato Paulista, poucas mudanças são vistas na classificação, principalmente na ponta de cima da tabela. A impressão é de que não houve jogos neste final de semana. Os clubes de maior expressão do estado, São Paulo, Corinthians, Santos e Palmeiras, continuam soberanos e sem muitas preocupações, visto que, das 20 equipes que participam do torneio, as oito primeiras garantem vaga nas quartas-de-final. Ou seja, apenas uma péssima campanha deixa um dos quatro grandes de fora do mata-mata. Apesar das poucas emoções da 13ª rodada do estadual, há alguns fatos relevantes que merecem destaque, como o ótimo retorno de Ganso aos gramados após alguns meses parado e a virada corintiana diante do bom time do Mirassol.

O principal fato da rodada foi, sem contestações, o retorno de Paulo Henrique Ganso aos gramados, após lesão no joelho que o afastou dos campos por quase sete meses. O Santos, mesmo com Neymar desde o início da partida, não conseguiu balançar as redes do Botafogo na primeira etapa. Foi necessário que o verdadeiro camisa 10 santista, ontem com a 16, entrasse e desequilibrasse, como fazia antes de sua contusão. Ganso participou do primeiro gol, anotado por Elano, e marcou o segundo. Nem o próprio jogador sonhava com volta melhor. No Canindé, ao contrário do Santos, o Palmeiras decidiu a partida no primeiro tempo. Com gols de Danilo e Patrik, o time alviverde abriu 2 a 0 nos 45 minutos iniciais e, depois do intervalo, resolveu se poupar para o jogo de quarta-feira, contra o Uberaba, pela Copa do Brasil.

No domingo, São Paulo e Corinthians entraram em campo e, como já era de se esperar, venceram seus jogos e se mantiveram entre os líderes. O tricolor recebeu o Santo André e nem tomou conhecimento do adversário. 3 a 0, com destaque para o bonito gol do promissor Lucas, que chutou de primeira de fora da área no canto direito de Neneca. O Corinthians não enfrentou tanta facilidade como o rival. Jogando em Mirassol contra a qualificada equipe da casa, o time alvinegro saiu perdendo. O atacante Willian, que assumira a responsabilidade da 9 com a ausência de Liedson, marcou dois e virou o placar. Aos 43 minutos da etapa final, o Mirassol, aos gritos de olé da torcida corintiana, surpreendeu e igualou o placar. Porém, aos 46, Bruno César, que entrara no decorrer da partida, garantiu a heroica vitória. 3 a 2 e vice-liderança mantida.

As poucas emoções nas partidas dos quatro primeiros colocados são um reflexo do regulamento adotado este ano, em que 40% dos times que participam da fase de pontos corridos se classificam para o mata-mata. Além deste absurdo número, mantenho minhas críticas em relação à quantidade de equipes na competição. Algumas, inclusive, não têm o mínimo de condições técnicas e financeiras de competir com o restante. O ideal, ao meu ver, seria reduzir esse número de participantes, o que levaria à diminuição de jogos e ao aumento do tempo da escassa pré-temporada dos grandes clubes. A tendência é que as emoções e os jogos realmente disputados, que levam grandes públicos aos estádios, sejam vistos apenas na fase semi-final, quando os quatro grandes, desde que uma grande zebra não aconteça, se enfrentarão.