
Barcelona e Real Madrid não decepcionaram e protagonizaram um duelo fantástico nesta quarta-feira, no estádio Mestalla, pela final da Copa do Rei da Espanha. E não me refiro à qualidade técnica, visto que as duas equipes optaram por manter certa cautela para não colocar tudo a perder, mas sim à emoção, digna de um clássico que envolve os dois melhores times da atualidade e que disputam, cabeça a cabeça, a hegemonia do futebol mundial. Desta vez, ao contrário dos últimos confrontos, o Real Madrid, sob o comando de José Mourinho, levou a melhor sobre o rival catalão e levantou a taça da copa nacional 18 anos depois. E, apesar de todos terem méritos no título merengue, três figuras do embate merecem menção especial.
O principal deles é José Mourinho, que assumiu o comando do Real Madrid nesta temporada e, logo no primeiro duelo com o Barcelona, em novembro passado, sofreu uma humilhante derrota por 5 a 0 em território adversário. Após um trágico resultado como este, a maioria dos técnicos não conseguiria levantar o moral de seu grupo. No entanto, o treinador português tomou a goleada como lição, admitiu a superioridade do rival e adotou um esquema mais defensivo, com três volantes, que diminui a eficiência do toque de bola adversário. O sistema de jogo pode ser contestado por alguns, mas parece ser um dos poucos antídotos existentes para vencer o Barcelona, creditando Mourinho como o principal responsável pelo título.
Outros dois jogadores merecem ser colocados em um patamar acima: Casillas e Cristiano Ronaldo. O primeiro foi competente na difícil missão de segurar o ataque do Barcelona, ainda que o mesmo não tenha sido nem sombra do que estamos acostumados a ver. Na segunda etapa, os comandados de Pep Guardiola foram para cima, mas o goleiro espanhol impediu o gol adversário. Cristiano Ronaldo, o principal jogador do time, mais uma vez foi decisivo: além de ter levado muito perigo à meta de Pinto no primeiro tempo, marcou o gol na prorrogação que deu a vitória à sua equipe. Na minha visão, Messi continua à frente do português, mas, até o momento, quem leva a melhor na saga de quatro clássicos seguidos é o camisa 7 madridista.
Na forte zaga montada por José Mourinho, quem se destaca é o também português Ricardo Carvalho, assim como Lúcio tinha um papel fundamental na Internazionale campeã europeia na última temporada. Na esquerda, as investidas de Marcelo seguraram um pouco o essencial Daniel Alves em seu campo de defesa, diminuindo o poderio ofensivo catalão. O luso-brasileiro Pepe parece ter se encaixado bem no meio-campo de três volantes adotado pelo seu treinador, sendo o homem do combate no campo adversário. O argentino Di María continua exercendo bem sua função pelo lado esquerdo, não apenas no ataque, já que o camisa 22 foi quem cruzou para a cabeçada de Cristiano Ronaldo no único gol da partida, como também na defesa.
Em um clássico envolvendo duas equipes qualificadas como Barcelona e Real Madrid, a missão de escolher um favorito não é das mais fáceis. Apesar da superioridade dos merengues na final da Copa do Rei e do eficiente esquema defensivo adotado por Mourinho, não vejo a equipe da capital espanhola como favorita à vaga na decisão da Liga dos Campeões. De um time com jogadores como Xavi, Iniesta e Messi pode se esperar de tudo. Por outro lado, em um plantel com Cristiano Ronaldo e sob o comando de José Mourinho, as expectativas de bons resultados também são excelentes. No momento, a única certeza quase que incontestável é a de que, nas próximas duas semanas, seremos brindados com dois verdadeiros duelos de outro planeta.


Tinha apostado no Barça =(
ResponderExcluirFazer o que? O futebol surpreende...