terça-feira, 21 de junho de 2011

Santos e Peñarol reeditam decisão da Libertadores de 1962 em um duelo de muita tradição


Santos e Peñarol decidirão, nesta quarta-feira, no estádio do Pacaembu, o título da Libertadores de 2011. Em campo, mais que um duelo entre dois tradicionais clubes sul-americanos, que, juntos, somam sete troféus da competição continental, haverá o encontro de duas nações que colecionam belas histórias no futebol. O Uruguai é bicampeão mundial - vencedor da primeira edição, em 1930, jogando em seus domínios - e olímpico, enquanto o Brasil já venceu o torneio máximo da bola em cinco ocasiões. Além disso, as duas seleções foram as protagonistas da Copa do Mundo de 1950, realizada em solo brasileiro, quando os uruguaios bateram os donos da casa por 2 a 1 em um Maracanã lotado, com quase 200 mil pessoas. O episódio em questão, talvez o mais trágico da história do futebol nacional, ficou conhecido como “Maracanaço”.

Como já foi dito, o gramado do Pacaembu assistirá ao confronto entre duas equipes que têm sete títulos de Libertadores juntas. O Peñarol conquistou cinco vezes o troféu da competição, sendo três na década de 60 e dois nos anos 80. Em 1960, na primeira edição do torneio, a equipe uruguaia derrotou o Olímpia, do Paraguai, na decisão. Um ano depois, venceu o Palmeiras e novamente levantou o caneco, e, em 1966, ganhou do River Plate. Em 1982, foi campeã em cima do Cobreloa, com gol de Fernando Morena no último minuto. A emoção se fez presente mais uma vez em 1987, na decisão diante do América de Cali, com gol no minuto final da prorrogação de Diego Aguirre, treinador do time que entrará em campo amanhã.

O Santos, por outro lado, é bicampeão da Libertadores, tendo vencido ambos os títulos na década de 60. Em 1963, em sua segunda conquista, venceu na final o tradicional Boca Juniors. Em 1962, no título inédito, a grande decisão foi justamente contra o Peñarol, que até então parecia imbatível nas finais da competição continental. A primeira partida ocorreu no Estádio Centenário, em Montevidéu, ocasião em que o Santos, sem Pelé, lesionado, venceu por 2 a 1. No jogo de volta, na Vila Belmiro, o Peñarol ganhou por 3 a 2, com ótima atuação de Spencer. Nessa partida, o apito final veio no momento em que os brasileiros fizeram o gol de empate, que não foi validado. No terceiro confronto, realizado em campo neutro, no Monumental de Nuñez, na Argentina, Pelé voltou e garantiu o título: dois gols seus e placar de 3 a 0.



Retornando à edição de 2011, é possível dizer que nenhuma das duas equipes foi brilhante até aqui. Nas quatro primeiras partidas, o Santos colecionou uma vitória, dois empates e uma derrota. Muricy Ramalho chegou, equilibrou o time e ganhou os dois últimos jogos, contra Cerro Porteño e Deportivo Táchira, classificando-se para a próxima fase. No mata-mata, a equipe santista sempre venceu a primeira partida e ficou no empate na segunda. Foi assim contra América do México, Once Caldas e Cerro Porteño, nas oitavas, quartas e semifinal, respectivamente. Neymar é o artilheiro do time, com cinco gols, e maior esperança de bom futebol do Santos, que ainda deverá contar com o retorno de Paulo Henrique Ganso.

O Peñarol também não sobrou na primeira fase, tendo se classificado na segunda colocação de seu grupo, com três vitórias e três derrotas. No mata-mata, a eficiência continuou: nas quartas e na semifinal, venceu o primeiro e perdeu o segundo jogo, na última ocasião, contra o Vélez, utilizando-se da regra do “gol fora de casa”. Nas oitavas-de-final, derrotou o Internacional em pleno Beira Rio, e esse jogo tem de servir de lição ao Santos. No confronto de ida, no Uruguai, empate, da mesma forma que ocorreu na primeira partida contra os santistas. Na volta, em território brasileiro, vitória por 2 a 1 e classificação garantida. O ponto forte da equipe é o contra-ataque e a jogada aérea, sobretudo nas figuras de Martinuccio, Mier e Olivera.

Será, sem dúvida, uma decisão emocionante. O Santos tem a seu favor a superioridade técnica, principalmente com o retorno de Paulo Henrique à equipe. Do outro lado, está o Peñarol, um time irregular, que possui em seu currículo uma derrota por 5 a 0 da LDU, na fase de grupos, mas que tem enorme tradição e que conta com Martinuccio, meia habilidoso que pode fazer a diferença. Com certeza, Muricy já alertou, e os próprios jogadores têm consciência de que, no futebol, tudo pode acontecer. Basta pegar um recente exemplo, em 2009, quando o Cruzeiro perdeu o título em casa após empatar a primeira partida com o Estudiantes. O Santos é favorito, mas o hexacampeonato continental do Peñarol, se vier, não será surpreendente.

Abaixo, confira os melhores momentos da primeira partida, quando Peñarol e Santos, jogando no Uruguai, empataram em 0 a 0.

Um comentário: