
Após uma primeira rodada de poucas emoções, marcada por vários empates insossos, partidas fracas tecnicamente e baixa média de gols – por volta de 1,3 por peleja -, esperava-se que os seis jogos seguintes ao menos superassem os números vistos no início da Copa América de 2011, o que parecia não ser uma missão muito árdua. E isso de fato ocorreu: nas seis partidas válidas pela segunda rodada, as redes balançaram em dez ocasiões, o que corresponde a uma média de 1,66 gols por jogo, marca que continua baixa se comparada à de edições anteriores. Em 2007, ano em que a competição foi realizada na Venezuela, a segunda rodada contabilizou 19 gols – média de aproximadamente 3,1 por partida, quase o dobro. Portanto, fica mais do que evidente que a atual edição do torneio, até o presente momento, vem deixando a desejar nesse quesito.
Mais decepcionante do que a escassez de gols foram as más atuações das equipes tidas como mais qualificadas – Argentina, Brasil e Uruguai -, que ainda não venceram na competição. Os anfitriões argentinos novamente ficaram no empate, desta vez em 0 a 0 com o bom time da Colômbia, que só não venceu a partida porque desperdiçou oportunidades claras, além de Sálvio Spínola não ter dado pênalti de Burdisso em Ramos. Mesmo após a fraca exibição na estreia, Sergio Batista optou por manter o meio com três volantes. Com isso, Messi novamente se viu sozinho na função de armar a equipe e distante dos outros atacantes, Tevez e Lavezzi, que ficaram isolados nas pontas do campo. A solução mais plausível para os argentinos parece ser a entrada de Pastore, um meia verdadeiramente armador, no lugar de um volante.
No empate da seleção brasileira em 2 a 2 com o Paraguai, assim como no dos hermanos, uma derrota não seria nenhuma injustiça. Para começar a partida, Mano Menezes decidiu sacar Robinho e colocar Jádson para auxiliar Ganso na armação. O meia do Shakhtar, que daria lugar a Elano no intervalo, não foi brilhante, mas marcou o gol que inaugurou o placar e criou uma outra boa oportunidade para Pato, que não aproveitou. Em duas falhas do sistema defensivo brasileiro, os paraguaios viraram a partida, e o empate só viria com Fred no final. A entrada do centroavante do Fluminense merece destaque, visto que ele parece se adequar mais à função do que Pato, que ainda não rendeu como camisa 9. Na minha visão, falta mais atitude dos próprios jogadores, principalmente das estrelas, do que empenho do técnico.
O empate em 1 a 1 entre Uruguai e Chile foi um bom jogo, talvez o melhor da rodada. A seleção uruguaia continua sem repetir as boas atuações que lhe garantiram a quarta colocação na Copa do Mundo de 2010, e a maior deficiência parece ser a falta de um meia que conduza a bola ao bom trio ofensivo, formado por Forlán, Cavani e Suárez. Do lado chileno, destaque para Sánchez, que marcou um belo gol e mostrou o porquê de ser desejado por grandes clubes europeus, e para Valdívia, que entrou no meio da partida e mudou o panorama da mesma. Ainda pelo grupo C, a surpreendente seleção peruana venceu o time sub-22 do México, novamente com gol do atacante Guerrero, alcançou quatro pontos e praticamente se garantiu na próxima fase do torneio. Com o resultado, os mexicanos estão praticamente eliminados.
Complementando o grupo A, o da Argentina, a Costa Rica, também quase inteiramente sub-22, freou a empolgação dos bolivianos, que empataram com os anfitriões na estreia, e venceu por 2 a 0, ultrapassando os argentinos. O resultado é um alerta para que o time de Segio Batista jogue bola na última rodada, já que os centro-americanos têm bons valores, como o jovem Campbell, artilheiro do campeonato sub-20 da CONCACAF desse ano e autor do segundo gol. Pelo grupo do Brasil, a Venezuela venceu o Equador por 1 a 0, subiu à liderança e jogará em situação confortável a próxima partida, com grandes chances de avançar ao mata-mata. Os recentes resultados, com as três potências sul-americanas correndo o risco de ficar de fora da próxima fase, evidenciam que só nome e currículo não vencem uma partida. E o futebol agradece!
Melhor partida: Uruguai 1 x 1 Chile.
Melhor jogador: Joel Campbell, da Costa Rica.
Gol mais bonito: Aléxis Sánchez, no empate em 1 a 1 entre Uruguai e Chile.
Surpresa positiva da rodada: seleção da Costa Rica, que venceu os bolivianos por 2 a 0. Nem os argentinos conseguiram bater o time da Bolívia.
Decepção da rodada: seleção brasileira, que novamente jogou mal e não passou de um empate, agora com o Paraguai.
No vídeo abaixo, confira o gol de empate do Chile diante do Uruguai. O gol foi anotado pelo atacante Aléxis Sánchez, da Udinese, que já desperta o interesse de grandes clubes europeus.
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