Três meses após o término da última edição, finalmente será dada a largada para a Premier League 2011/2012. O torneio inglês, além de apresentar ótima média de público em estádios com gramado de primeiro mundo, é tido como o campeonato nacional mais qualificado e disputado do continente europeu. Na próxima temporada, por exemplo, embora nem todas estejam exatamente no mesmo patamar, é possível apontar pelo menos cinco equipes como possíveis candidatas à conquista do título: Manchester United, Manchester City, Chelsea, Liverpool e Arsenal. Os Red Devils, atuais campeões e detentores do maior número de troféus da competição - ao todo, são 19 -, buscarão o bicampeonato, enquanto os adversários citados anteriormente, incluindo o rival de Manchester, tentarão quebrar esta escrita. E, visando à tradicional taça e à consequente soberania do futebol local, os clubes se lançaram ao mercado e investiram em contratações, as quais veremos a seguir.
O Manchester United tentará manter o título e a hegemonia dos últimos anos - afinal, das cinco edições anteriores do torneio, os comandados de Alex Ferguson venceram quatro. Para tanto, o clube investiu pesado e gastou 56 milhões de euros, a começar pelo gol, posição para a qual contratou o jovem espanhol David de Gea, o escolhido para substituir o já aposentado van der Sar. Além dele, também chegaram o ponta Ashley Young, que vinha chamando a atenção no Aston Villa, e o zagueiro Phil Jones, que deverá ser o reserva imediato da dupla formada por Vidic e Ferdinand. Atenção, também, a Cleverley e Welbeck, jovens revelados pelo clube e que vêm se destacando em amistosos. Mantendo a base vencedora da última temporada e contratanto cirurgicamente, o Manchester United já desponta como o principal favorito ao título.
Um dos concorrentes do United encontra-se na mesma cidade, a poucos quilômetros de Old Trafford. Trata-se do Manchester City, clube que recebe investimentos bilionários dos árabes há três anos. No entanto, os frutos começaram a ser colhidos de fato na última temporada, quando os Citizens conquistaram a Copa da Inglaterra e alcançaram a terceira colocação da Premier League, garantindo vaga na Liga dos Campeões 42 anos depois da última participação na competição europeia. Pela primeira vez, o City começa o Campeonato Inglês como um forte candidato à conquista, que não ocorre há 43 anos, e um indício desta "potência azul" é a final da Supercopa Inglesa, no último domingo, quando dificultou a vida do rival United na derrota de virada por 3 a 2. A principal contratação foi a de Agüero, que custou 45 milhões de euros ao clube.
Saindo um pouco de Manchester em direção à capital do país, Londres, encontramos o Chelsea, clube que também vive de investimentos estrangeiros e que, a exemplo dos últimos anos, é apontado como possível candidato ao título. As chances de conquista dos Blues se sustentam em dois aspectos, a começar pela contratação do jovem treinador André Villas-Boas. Além da competência, evidenciada pelos três troféus com o Porto na última temporada, o português já conhece o ambiente de Stamford Bridge por ter trabalhado no Chelsea como assistente do compatriota José Mourinho. O outro ponto é que o time não realizou alterações muito radicais e manteve a base vicecampeã nacional há três meses. O elenco é muito forte, talvez o melhor da Inglaterra. Se jogadores como Lampard e Torres renderem, o que ainda não aconteceu com os dois jogando juntos, o Chelsea pode repetir o sucesso que teve com Mourinho no comando, desta vez com seu "aprendiz".
Entre as principais forças da Premier League, a maior incógnita é o Arsenal. O clube londrino ainda não sabe se contará com seu principal jogador, Fàbregas, envolvido em uma negociação com o Barcelona que vem se arrastando há alguns meses. Nasri, um dos destaques do time na última temporada, também não tem sua permanência confirmada. Caso essas saídas se concretizem, a responsabilidade no meio-campo ficará por conta de Jack Wilshere, que tem apenas 19 anos. Aliás, a juventude do elenco tem sido um dos principais adversários do Arsenal, que apresenta um futebol plástico, mas que decepciona em jogos "grandes". A contratação de maior destaque foi a do atacante Gervinho, que participou da última Copa do Mundo com a Costa do Marfim. A equipe de Wenger, aparentemente, começa em desvantagem se comparada às outras.
Depois de algumas temporadas para serem esquecidas, o Liverpool volta figurar entre os principais candidatos ao título do Campeonato Inglês. Sob o comando do ídolo Kenny Dalglish, que chegou no começo do ano e reestruturou o time, a equipe da cidade dos Beatles tentará levantar o seu 19º caneco 21 anos após a última conquista do torneio nacional, que ocorreu justamente com o técnico escocês. Não houve nenhuma contratação de peso, sendo as principais as dos meias Henderson, jovem promessa da seleção inglesa, Stewart Downing e Charlie Adam, além do goleiro Doni. As referências do time continuam sendo Steven Gerrard e Luis Suárez, este que não precisou de muito tempo para se adaptar ao clube. A favor, também está o fato de o Liverpool poder se dedicar exclusivamente ao certame nacional por não disputar nenhuma competição europeia.
Na corrida pelo título, portanto, o atual campeão Manchester United larga na frente, com um elenco competitivo e confiante após o título da Supercopa no dérbi com o City. Este não tem a mesma tradição do rival e de seus principais concorrentes à conquista, mas também deverá brigar pelas primeiras posições, sobretudo se Tévez permanecer e formar a dupla de ataque com o também argentino Agüero. Sob novo comando, o principal objetivo do Chelsea é, além de lutar pelo troféu da Premier League, tentar se firmar de vez no cenário europeu com o inédito título da Liga dos Campeões. Arsenal e Liverpool correm por fora, mas deverão marcar presença constante na parte de cima da tabela, sobretudo o segundo, que mostrou um ótimo futebol no início de 2011. Concorrência não falta, mas só um time alcançará a glória máxima na Terra da Rainha.
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