sábado, 10 de julho de 2010

A heroica campanha uruguaia na Copa do Mundo!


Sem dúvida nenhuma, depois de holandeses ou espanhóis, os uruguaios serão os torcedores mais felizes com esta Copa do Mundo. Após quarenta anos, a seleção recupera as glórias do passado e volta a ficar entre as quatro melhores equipes do mundial. Na última vez, na Copa do México, em 1970, a celeste foi derrotada na semi-final pela seleção brasileira, que seria campeã sobre os italianos. Nas casas de apostas sul-africanas, antes da Copa, poucos davam alguma coisa pela seleção uruguaia. Afinal, a campanha nas eliminatórias não havia sido uma maravilha, sendo que a classificação veio apenas na repescagem, diante da Costa Rica.

A campanha heroica começou com um empate sem sal contra a decadente seleção francesa. Na segunda rodada, deixaram a seleção anfitriã em más lençóis, após vitória por 3 a 0. Neste jogo, Forlán mostrou que não seria destaque apenas de sua seleção, mas também de toda a competição. Fecharam a fase de grupos com vitória magra sobre os mexicanos com gol do bom atacante Suárez. Guardem este nome, que, certamente, ficará marcado na história das Copas. As oitavas-de-final vieram e, desta vez, a vítima de Suárez seria a seleção da Coréia do Sul. 2 a 1, com algumas dificuldades. Na semi-final, encararam os holandeses, responsáveis pela eliminação da seleção brasileira na fase anterior. Com erros de arbitragem, os uruguaios deram adeus ao sonho do tricampeonato mundial. 3 a 2 para a laranja. No entanto, este resultado fica em segundo plano.

Não. Eu não me esqueci do épico jogo entre Uruguai x Gana, válido pelas quartas-de-final. O estádio, por ironia do destino, era o Soccer City, o maior e mais charmoso do mundial. O empate no tempo normal não mostra o que foi a partida, de longe a mais emocionante da competição. O placar mostrava 1 a 1, e a prorrogação estava a caminho. A batalha teria, pelo menos, mais trinta minutos. Eis que, nos últimos instantes da partida, Gana, buscando forças na história africana, se lança ao ataque em busca da vitória. A bola ficou pipocando na área, até que foi chutada a gol. O coração de todos que assistiam parou naquele momento, menos o de Suárez (aquele mesmo), que tirou a bola com a mão. Jogador expulso e pênalti marcado. O atacante uruguaio saía desesperado de campo. O ganês Gyan, embora sozinho na marca no pênalti, contava com a presença de milhões de africanos ao seu lado, que, pela primeira vez, poderiam ver uma seleção de seu continente na semi-final. E a bola explode no travessão! Suárez não sabia nem como reagir ao ver que salvara a sua seleção. E depois de muita luta, vinha a disputa por pênaltis. Heroicamente, vitória da seleção uruguaia!

Enfim, até aquele momento, a seleção uruguaia já orgulhara todo o seu povo. Não havia necessidade de mostrar ao mundo que era composta por 23 guerreiros, que, apesar de suas limitações técnicas, souberam colocar o coração na ponta da chuteira e jogar por milhões de uruguaios. Uma nação de muitas glórias, a primeira campeã olímpica e mundial, volta a ser considerada, após ter sido esquecida no mundo do futebol. Esta é a prova de que tradição e amor à camisa podem fazer o sucesso de um time de futebol, até em uma competição tão difícil como a Copa do Mundo.

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