Antes da Copa do Mundo, há aproximadamente dois meses, a situação era completamente oposta. Santos e São Paulo viviam ótimos momentos, e o trabalho de seus treinadores era praticamente inquestionável. O primeiro semestre de ambas as equipes foi sensacional, sobretudo o do time praiano, que voava em campo com os "meninos da Vila". Foram campeões paulistas e sobraram na Copa do Brasil, tendo alcançado a marca de cem gols em trinta jogos. Tanto é que Dunga, técnico da seleção brasileira à época, foi massacrado com pedidos de Paulo Henrique Ganso e Neymar na lista de convocados para o mundial da África do Sul. Já o São Paulo, embora eliminado pelo Santos na semi-final do Paulistão, vinha muito bem na Libertadores, principalmente após a chegada de Fernandão, que encaixou de maneira incrível no esquema de jogo são paulino.
No entanto, a parada para a Copa do Mundo foi extremamente prejudicial para as duas equipes. O time do Morumbi, nas três primeiras rodadas do Brasileirão pós-Copa, totalizou um empate e duas derrotas. E o desempenho jogando em casa é ainda mais preocupante: um ponto de seis possíveis (1 x 2 diante do Avaí e 1 x 1 com o Grêmio Prudente). O péssimo retorno ao campeonato nacional fez com que Ricardo Gomes, mesmo na semi-final da Libertadores, corresse sério risco de ser demitido, tendo a sombra de Leonardo e Silas a suas costas.
O time da Vila Belmiro sofreu uma reviravolta ainda maior, apresentando, inclusive, problemas extra-campo. No começo da semana, Wesley e Robinho se desentenderam e chegaram às vias de fato, tendo sido separados por companheiros do grupo. Na volta ao Brasileirão, os santistas apresentam um desepenho inferior ao do São Paulo, já que sofreram três derrotas (para Palmeiras, Fluminense e Atlético Paranaense) em três jogos, e o técnico Dorival Júnior já começa a se desgastar no cargo. Aliás, os problemas do comandante (que, aparentemente, já não tem tanto comando) começaram antes do mundial, quando puniu Madson, Ganso e Neymar por terem chegado atrasados ao treino.
No próximo domingo, as duas equipes se enfrentam com o objetivo de conseguirem um gás a mais para as decisões que ocorrerão três dias depois, na quarta-feira. O Santos recebe o Vitória pela grande final da Copa do Brasil, e o São Paulo vai a Porto Alegre para encarar o Internacional, reforçado de Rafael Sóbis, carrasco do tricolor na mesma competição há quatro anos. Sem dúvida, Santos x São Paulo será um jogo tenso e, às vésperas de decisões, não deixará de ser importante. Muito pelo contrário. Vale, além dos pontos no Brasileirão, motivação e confiança. Cabe aos treinadores a difícil decisão de usar ou não força máxima no clássico. E que vença o melhor!
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