
Mano Menezes conheceu, nesta quarta-feira, sua segunda derrota consecutiva à frente da seleção brasileira. O primeiro revés do treinador veio diante dos argentinos, em novembro do último ano. 1 a 0 para os hermanos, com gol de Messi nos minutos finais da partida. Desta vez, o Stade de France, palco da inesquecível decisão da Copa do Mundo de 1998, quando Zidane garantiu o inédito título mundial à sua pátria, viu novamente os franceses levando a melhor sobre os brasileiros. Nesta ocasião, Menez e Benzema tiveram seus dias de Zizou e deram a vitória à França. Resultados negativos à parte, os últimos jogos da renovada seleção de Mano, incluindo as vitórias sobre Irã e Ucrânia, evidenciam a importância de Ganso no time e a difícil procura por um substituto à altura do camisa 10 santista.
O talento de Paulo Henrique Ganso nunca foi questionado, e sua convocação para assumir a titularidade da seleção brasileira era encarada como questão de tempo. Sua trajetória com a amarelinha começou a ser escrita ainda na "Era Dunga", quando esteve presente na lista dos sete suplentes para a Copa do Mundo de 2010. Após o fracasso na África do Sul, Mano Menezes assumiu o comando e, em sua primeira convocação, não hesitou ao chamar Paulo Henrique e oferecer-lhe a mística camisa 10 com que Pelé marcou época. E, ao contrário do que geralmente acontece, Ganso chamou a responsabilidade e não sentiu nem um pouco o peso do uniforme, tendo feito ótima estreia diante dos norte-americanos. Vitória por 2 a 0 em solo rival, com direito a bola na trave do mais novo craque da seleção brasileira.
Porém, um indigesto "marcador" não caiu na ginga de Paulo Henrique. Uma contusão no joelho, em agosto de 2010, interrompeu seu meteórico sucesso e o afastou dos gramados por alguns meses. Depois de Ganso, obviamente, quem mais sentiu a lesão foi Mano Menezes, que ainda não encontrou um substituto que vista e corresponda com a 10 da seleção. Inúmeras tentativas já foram feitas, com Carlos Eduardo, Giuliano, Ronaldinho, Douglas e Renato Augusto. Todos, porém, ficaram abaixo das expectativas e não agradaram. A ausência de Ganso, aliás, foi sentida inclusive nas vitórias diante do Irã e da Ucrânia. Apesar dos placares positivos, as atuações não foram tão convincentes como a primeira aparição deste renovado elenco canarinho diante dos Estados Unidos.
Em relação à partida contra os franceses, mesmo depois do resultado adverso, é possível evidenciar surpresas agradáveis. A começar por Júlio César, que, merecidamente, voltou a assumir o gol brasileiro e garantiu a derrota mínima por 1 a 0. Se não fosse o goleiro da Internazionale, o placar poderia ter sido ainda mais extenso. Outra boa atuação, apesar da falha no gol de Benzema, foi da dupla de zagueiros, composta por Thiago Silva e David Luiz. As críticas ficam por conta de Hernanes, que, propositalmente, invocou o meia holandês De Jong e afundou o peito de Benzema com as travas de sua chuteira. Renato Augusto, camisa 10, não apareceu. Limitou-se o tempo todo a defender e poucas vezes se apresentou no ataque. Não condeno Robinho e Pato por terem jogado praticamente o tempo todo sem um meia armador.
Apesar das duas últimas derrotas para grandes rivais, o trabalho de Mano Menezes na seleção brasileira continua me agradando. Uma de minhas únicas divergências em relação às ideias do treinador é na lateral-esquerda, posição que, ao meu ver, será melhor ocupada por Marcelo, do Real Madrid. O retorno de Kaká, lesionado por seis meses e voltando agora aos gramados, parece inevitável e será importante, principalmente pela experiência que o pentacampeão do mundo em 2002 tende a somar ao jovem grupo brasileiro. A base montada até o momento parece ser boa o suficiente para buscar o tricampeonato da Copa América em solo argentino, apresentando, em primeiro lugar, um futebol verdadeiramente brasileiro, vistoso e alegre, como nos acostumamos a ver nas últimas décadas.
Eu não consigo entender como o Robinho consegue ter tanto prestígio dentro da seleção brasileira, o cara é um lixo, meu, jogador firulento, não tem um "Pingo" de objetividade, cansei desse cara no Brasil, já!
ResponderExcluirO Robinho vem sendo convocado pela crescente no Milan. Ele melhorou bastante nos últimos meses. Ontem, deixou a desejar, mas não o condeno justamente pelo fato de ter jogado praticamente sem um meia armador, dada a péssima atuação do Renato Augusto. Eu daria uma chance ao Nilmar. Seria interessante ver um time com ele jogando ao lado de Neymar e Pato.
ResponderExcluirA presença do Robinho no elenco da Seleção Brasileira é até plausível, sua condição de titular, por outro lado, é bastante controversa; e eu sou um dos que discorda que hoje ele tenha espaço entre os 10 jogadores de linha do Brasil. Entregar a faixa de capitão então beirou o absurdo. Enfim, "Robinhos" à parte, o meio-campo da Seleção vem sendo mesmo a maior fonte de dor de cabeça para o Mano, e eu concordo plenamente com o Cairo quando ele diz que não há hoje um substituto para o Ganso. O jeito é esperar o santista voltar aos gramados.
ResponderExcluirQuanto à faixa de capitão, também não acho que o Robinho seja o maior exemplo de profissional e mereça ser a referência desse time. No elenco de hoje, se eu fosse o técnico, a faixa seria do Júlio César.
ResponderExcluirConcordo com o texto.O Ganso foi uma melhor revelação do que a do Neymar.No Brasil,temos carência na posição de armador.Creio eu,que em 3 ou 4 anos Ganso estará a nivel de Zidane.Vai revezar com o Neymar os títulos de melhor do mundo,juntamente com o Messi.Quanto a braçadeira de capitão,creio que deveria ser do Julio César tb..Já na lateral-esquerda,o Marcelo joga muito,mas muita gente tem preconceito contra o André porque ele jogou no Corinthians(Anticorintianos hahaha) e porque ele nao joga em um clube de expressão como o Real Madrid.
ResponderExcluirParabéns pelo blog,Cairo.Abraçooo
Ziin =)
Não tenho nada contra o André Santos. Pelo contrário. Acho que merece continuar sendo chamado pelo Mano, mas não para a titularidade. O Marcelo, ao meu ver, tem mais a oferecer.
ResponderExcluirO problema do A. Santos, desde os tempos de Figueirense, é a marcação. No apoio ele é excepcional, e nós Corinthianos conhecemos muito bem essa característica dele, pois muitos dos 25 gols que ele fez com a camisa alvi-negra foram oriundos de tabelas bem tramadas no flanco esquerdo do ataque. Talvez um esquema com um maior resguardo às costas dos laterais se adequava mais às características do André. Nesse esquema atual, vai ser bola nas costas toda hora.
ResponderExcluirAcho que a seleção tem que ser renovada periodicamente, afinal, existem boas e más fases de qualquer jogador. Acho que, tudo bem, dessa vez o Mano quis aproveitar só os que jogam fora, mas tem muito jogador aqui que merece vaga. Claro, em muitos casos isso acontece temporariamente,devido aos bons e maus momentos. Tá difícil, sim, achar jogadores pra posição do Ganso, os que surgem ou são de relance (Bruno César, por exemplo) ou estrangeiros (Conca). Procura-se um camisa 10! No mais, o texto ficou muito bem escrito, ainda mais pra mim, que adoro jogos de ideias e palavras. Parabéns!
ResponderExcluirEm relação ao Robinho, realmente gostaria de ver Nilmar em seu lugar. Não sei porque todo mundo esquece dele! Falta raça nessa seleção!
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