quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Ídolo brasileiro, Marcos completa 38 anos e prova que é possível ser admirado pelos rivais

O dia 4 de agosto pode parecer uma data comum no mundo do futebol. Em 2011, por exemplo, não haverá nenhuma partida de maior relevância por aqui, a não ser três jogos que complementarão a 14ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na Europa, o cenário se repete. A maioria dos torneios locais ainda não começou, e os clubes se preparam para a nova temporada realizando amistosos de pouco destaque pelos quatro cantos do planeta. A última final de Liga dos Campeões já foi jogada há mais de dois meses, e a próxima acontecerá apenas no ano que vem. A seleção de Mano Menezes só entrará em campo na próxima quarta-feira. Olhando para a história, dos cinco títulos mundiais brasileiros, nenhum foi conquistado neste dia. Aliás, indo um pouco mais longe, uma decisão de Copa do Mundo nunca foi disputada no mês de agosto. Aparentemente, não seria anormal se este dia passasse batido.

Porém, apesar de não estar diretamente relacionado a nenhum dos acontecimentos anteriores, o dia 4 de agosto é mais do que importante para o esporte em geral, sobretudo o brasileiro. Não seria exagero se, no calendário do futebol, a data estivesse destacada em vermelho, a exemplo do que ocorre nos calendários tradicionais quando há algum feriado. Como no dia de um santo, momento em que milhões de fiéis reverenciam a sua imagem e agradecem pelos milagres realizados. E 4 de agosto é o dia de um desses santos, mas no meio esportivo. É o dia do aniversário do goleiro Marcos, nascido na pequena Oriente, cidade do interior de São Paulo, em 1973. Em 2011, o camisa 12 palmeirense completa 38 anos, sendo 19, a metade, dedicados à meta palmeirense, números que fazem com que a sua “canonização” não seja nem um pouco surpreendente.

Os primeiros anos foram no banco de reservas, época em que o jovem Marcos, ainda saindo da adolescência, aprendeu com mestres da melhor qualidade, como Velloso e Sérgio, dois representantes da academia palmeirense de goleiros. Aos poucos, porém, ele conquistou a titularidade para de lá sair apenas quando as contusões pediam. Desde 1999, ano em que se firmou como principal goleiro do clube, Marcos vivenciou algumas tristezas, sendo a principal delas o rebaixamento à segunda divisão em 2002. No entanto, as inúmeras conquistas e façanhas do goleiro pelo Palmeiras compensam qualquer insucesso, como os títulos da Copa do Brasil e da Mercosul, em 1998, e da Libertadores, em 1999. Em 2000, também pelo torneio continental, apesar de não ter sido campeão, Marcos fechou o gol nos pênaltis na semifinal contra o rival Corinthians.

Embora Marcos tenha sido protagonista de várias derrotas históricas do Corinthians, como as eliminações nas Libertadores de 1999 e 2000, inúmeros corintianos têm enorme respeito pelo goleiro palmeirense e o admiram, a exemplo do que ocorre com são paulinos, santistas, flamenguistas, cruzeirenses e tantos outros. E não é à toa. Afinal, o palmeirense era o goleiro titular da conhecida “Família Scolari”, que conquistou o pentacampeonato mundial da seleção brasileira na Ásia, em 2002. E o camisa 12 não se contentou apenas em ser mero coadjuvante do trio ofensivo formado por Ronaldinho, Rivaldo e Ronaldo, tendo sido fundamental em vários jogos da competição, sobretudo na final contra os alemães, quando fez difíceis defesas em momentos cruciais da partida. Ao longo do torneio, foram apenas quatro gols sofridos nos sete jogos da campanha.

Mais do que um jogador fora de série que tem dezenas de títulos em seu currículo, Marcos sempre foi um exemplo de caráter, e é esse o principal motivo responsável por fazer do palmeirense quase unanimidade entre os brasileiros. Para atingir o sucesso e escrever seu nome na história do futebol, Marcos nunca precisou fazer juras de amor à torcida diariamente, muito menos desdenhar de seu principal adversário. O goleiro ganhou a admiração de todos por manter intacta a humildade do início da carreira, mesmo tendo vencido tantos torneios importantes, como a Copa do Mundo, que é privilégio para poucos. Os ensinamentos de Marcos, portanto, não se limitam à esfera do futebol. O pentacampeão mundial prova que ainda é possível não ser odiado pela maioria das torcidas, principalmente pelos rivais. Os ingredientes para essa receita? Caráter e simplicidade.

No vídeo abaixo, confira as principais defesas de Marcos pela seleção brasileira e pelo Palmeiras. Com sua qualidade como jogador e humildade como pessoa, o goleiro palmeirense tornou-se quase unanimidade entre os torcedores.


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