sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Um pouco da rica história do futebol alemão e a esperança de títulos com a atual geração germânica


Quando se fala no futebol alemão, logo vêm à mente duas palavras: tradição e competitividade. Para saber o porquê, basta analisar o "currículo futebolístico" construído pelos alemães ao longo de seus gloriosos anos de história. São três títulos mundiais, conquistados em 1954, 1974 e 1990, além de quatro vice-campeonatos, o que corresponde a incríveis sete participações em decisões de Copa do Mundo - recorde dividido com os brasileiros. Na Eurocopa, a Alemanha é hegemônica: levantou o caneco do torneio europeu em três ocasiões, contra duas de Espanha e França. Soma-se a esses fatores a grande capacidade de produzir atletas de primeira linha, como Gerd Müller, o maior artilheiro com a camisa da seleção alemã, Franz Beckenbauer, campeão mundial em 1974 como jogador e, em 1990, como treinador, e Jürgen Klinsmann, só para me ater a três exemplos.

Os títulos mundiais da Alemanha, aliás, merecem uma menção especial, visto que, nas três oportunidades, os alemães derrotaram seleções históricas na decisão. Em 1954, a final foi contra a incrível Hungria de Puskás, dona do melhor ataque da competição. A partida foi dramática, e o time alemão, após estar perdendo por 2 a 0 com apenas oito minutos de bola rolando, conseguiu reverter o placar, 3 a 2, em uma das viradas mais espetaculares do esporte. O episódio ficou conhecido como "O Milagre de Berna", em referência à cidade do acontecimento, Berna, a capital da Suíça. Vinte anos depois, em 1974, novamente uma final diante de uma épica seleção, desta vez a revolucionária Holanda de Johan Cruyff e Rinus Michels, derrotada pelos alemães por 2 a 1. Em 1990, vitória alemã de 1 a 0 sobre a Argentina de Maradona, a campeã do mundo em 1986.

Dois jogadores que marcaram época com a tradicional camisa alemã, Franz Beckenbauer e Gerhard Müller, também têm que ser citados com maiores detalhes. A começar pelo Kaiser, que defendia com maestria e saía jogando com ainda mais perfeição. Não à toa o líbero constantemente figura na lista dos 11 maiores jogadores de todos os tempos ao lado de craques como Pelé e Maradona. Beckenbauer, capitão em 1974, foi o responsável por levantar o troféu após a vitória sobre os holandeses e, 16 anos depois, também conduziu sua pátria ao título, mas como treinador. Quanto a Gerd Müller, números e estatísticas falam pelo atacante: maior artilheiro da história da seleção alemã, com 68 gols em 62 partidas - média incrível de mais de um gol por partida -, e do Bayern de Munique, além de ser o segundo maior goleador em Copas do Mundo, com 14 gols.



Recentemente, a seleção alemã, porém, não tem repetido as glórias do passado, visto que não conquista um torneio de maior relevância há 15 anos, quando venceu a Eurocopa. Desde 1990, ano do último título mundial, foram cinco participações em Copas do Mundo. Em 1994 e 1998, os alemães acabaram eliminados nas quartas-de-final por Bulgária e Croácia, respectivamente. Em 2002, embora o goleiro Oliver Kahn tenha sido eleito o melhor jogador do Mundial da Ásia, a Alemanha foi derrotada pelo Brasil na decisão por 2 a 0. Quatro anos depois, jogando em casa, mais uma eliminação, desta vez na prorrogação da emocionante semifinal diante dos campeões italianos. Na Eurocopa, depois do título de 1996, foram três participações: duas eliminações na primeira fase, em 2000 e 2004, e uma derrota na decisão para a Espanha, em 2008.

Depois de tantos insucessos, a Copa do Mundo de 2010 deu mais esperanças ao povo alemão, que, embora não tenha comemorado o título, viu sua seleção jogar o futebol mais vistoso e, o mais importante, apresentar uma geração muito promissora. Apoiada em um exemplar trabalho de formação de atletas, com a maioria dos jogadores já tendo passado por times de base, a equipe alemã, com a lesão de Ballack semanas antes do início do torneio, foi comandada pelos jovens Özil e Müller, que não sucumbiram à pressão de uma competição tão importante e conduziram sua seleção à terceira colocação. A ótima campanha, que contou com goleadas sobre Inglaterra, 4 a 1, e Argentina, 4 a 0, só foi interrompida pela Espanha na semifinal. O saldo alemão, no entanto, acabou sendo positivo, com um time jovem de qualidade e já com experiência de Copa do Mundo.

Agora, novos talentos vêm sendo introduzidos no time profissional, e o principal deles é Mario Götze, jovem de 19 anos do Borussia Dortmund, o atual campeão alemão. Além dele, há também Neuer, goleiro titular da Alemanha na Copa da África, e Toni Kroos, de 20 anos, que pode atuar tanto como volante quanto como um meia ofensivo. Esses três bons valores juntam-se a jogadores do nível de Lahm, Schweinsteiger e Podolski, além de Özil e Müller, e formam um excelente time, que já vem mostrando o seu potencial em amistosos recentes da seleção, como na partida diante dos brasileiros, vencida pelos alemães por 3 a 2. Ainda é cedo para fazer análises em relação à Copa do Mundo de 2014, mas não se pode negar que a atual geração do futebol germânico é séria candidata a reviver as glórias do passado no Brasil e conquistar o tetracampeonato mundial.

No vídeo abaixo, confira os gols da goleada por 4 a 1 da Alemanha sobre a Inglaterra, em jogo válido pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo de 2010. As ótimas atuações de Müller e Özil evidenciam a qualidade da nova geração alemã.


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