sábado, 16 de junho de 2012

Primeiras eliminações e consagração de artilheiros marcam a segunda rodada da Eurocopa

"Super Mario" comandou a vitória alemã por 2 a 1 sobre a Holanda

A segunda rodada da Euro se foi e, com ela, levou embora as chances de duas seleções se classificarem para o mata-mata do torneio continental. Na quinta-feira, a atual campeã Espanha goleou por 4 a 0 a Irlanda, primeira equipe eliminada da competição. E se o futebol jogado pelos irlandeses não fará falta, o mesmo não se pode dizer de sua torcida. Ela reconheceu o esforço do limitado elenco irlandês e proporcionou um espetáculo à parte após a partida, embora já soubesse que não avançaria à segunda fase. Uma grande aula para dezenas de torcedores, que só apoiam seus times quando os jogadores dão retorno técnico dentro de campo.  Um dia depois, a Suécia até que dificultou a vida dos ingleses, mas acabou derrotada por 3 a 2 e desclassificada do campeonato, visto que na primeira rodada havia perdido para a Ucrânia por 2 a 1.

Em sua maioria, os jogos da segunda rodada tiveram atacantes mundialmente conhecidos como protagonistas. Uns pelo bem, outros pelo mal. Na quarta-feira, o contestado Mario Gómez marcou dois na vitória da Alemanha sobre a Holanda e se tornou um dos artilheiros da competição com 3 gols. Na quinta, foi a vez de Fernando Torres, jogador que também deixa muitos em dúvida quanto à sua qualidade técnica, ir às redes duas vezes contra a frágil Irlanda - o que não tira os méritos do camisa 9 do Chelsea e da seleção espanhola, grande candidata ao título ao lado dos alemães. Quem não se saiu tão bem quanto os dois citados acima foi Cristiano Ronaldo. Na partida contra a Dinamarca, o camisa 7 e capitão de Portugal desperdiçou oportunidades que poderiam fazer falta à sua seleção. Ronaldo é um dos "destaques" dessa segunda rodada da Euro.

O cara: fazer malabarismos com a bola não é o forte de Mario Gómez. Mas, como um típico centroavante, ele cumpre muito bem a sua principal função: marcar gols. Por incrível que pareça, a qualidade técnica de "Super Mario" ainda é contestada, mesmo com os ótimos números que o camisa 23 da seleção alemã vem apresentando. Na última temporada, por exemplo, ele foi vice-artilheiro da Bundesliga com 26 gols, três a menos que o holandês Huntellar - Gómez já havia sido o principal goleador do Campeonato Alemão 2010/2011 com 28 gols marcados. Na Champions League, suas estatísticas também são para lá de satisfatórias: na última edição do torneio, ele marcou 12 gols, só dois a menos que Lionel Messi e dois a mais que Cristiano Ronaldo. Nessa Eurocopa, são dele todos os três gols que a forte Alemanha acumula até aqui.

O grande jogo: Dinamarca e Portugal fizeram um jogo dramático pelo chamado "grupo da morte". Os portugueses sabiam que, em uma chave tão complicada, perder pontos para a equipe teoricamente mais fraca (digo teoricamente porque os dinamarqueses venceram a Holanda na estreia e, contrariando prognósticos, chegam à última rodada brigando de igual para igual com os outros pelas duas vagas) poderia complicar as pretensões lusitanas. Sabendo disso, Portugal foi para cima e abriu 2 a 0 com Pepe e Hélder Postiga. Mas a Dinamarca não se abalou e buscou o empate com dois gols de Bendtner. Cristiano Ronaldo ainda perdeu duas chances de matar a partida a favor de sua seleção sem muitos sustos. O gol da vitória portuguesa veio apenas aos 42 minutos com Silvestre Varela, atacante do Porto, que começou o jogo no banco.

A grande exibição: quem se destacou pelo futebol jogado na segunda rodada foi a Espanha, que goleou a Irlanda por 4 a 0 com dois gols de Torres, um de David Silva e outro de Fàbregas. Com o resultado, a atual campeã europeia chega à última rodada podendo empatar que, ainda assim, se classifica. Muitos podem achar que tal condição não é necessária para uma seleção tão forte como a espanhola. Porém, é importante ressaltar que a Fúria vai enfrentar na segunda-feira a Croácia, segunda colocada do grupo C, que segurou o empate com a Itália em 1 a 1 e que tem Mario Mandzukic, um dos artilheiros da competição com 3 gols. Sobre a Espanha, uma ressalva: não acredito que esse 4 a 0 comprove a obrigação de se jogar com um homem de referência (neste caso, Fernando Torres), principalmente por conta da evidente fragilidade da seleção irlandesa.

A decepção:  Cristiano Ronaldo é aquele tipo de jogador que já não precisa provar muita coisa no esporte. Em termos de futebol europeu, o português já conquistou praticamente tudo o que era possível nos clubes pelos quais passou. Essas conquistas já o colocam na condição de um dos melhores da história. Se o atacante do Real Madrid pendurasse as chuteiras hoje, porém, um dos poucos pontos questionáveis em sua vitoriosa carreira seriam as atuações com o uniforme da seleção portuguesa. Falta ao camisa 7 assumir de vez a condição de protagonista da equipe e fazer disso um benefício, e não um peso enorme sobre suas costas. Na segunda rodada, Ronaldo perdeu dois gols que poderiam custar a classificação de Portugal para o mata-mata. A chance de se redimir é no importantíssimo duelo contra a Holanda. Qualidade técnica não falta a ele.

O golaço: nesta sexta-feira, Danny Welbeck marcou talvez o gol mais bonito da Euro 2012 até aqui. Em um lance de puro improviso, ele aproveita o cruzamento de Walcott e completa de letra para a meta sueca. E o tento anotado pelo atacante, que na última temporada atuou em muitas partidas como titular com a camisa do Manchester United, não chama a atenção "apenas" pela sua plasticidade, como também pela sua importância. No momento do gol, Inglaterra e Suécia empatavam em 2 a 2. Se a igualdade no placar persistisse, a seleção inglesa terminaria a segunda rodada na terceira colocação e chegaria à última partida com a obrigação de vencer a anfitriã Ucrânia, cuja torcida certamente fará uma grande festa para incentivar a seleção da casa. O gol, porém, garantiu a vitória à Inglaterra, que joga por um empate para avançar ao mata-mata.

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