quarta-feira, 20 de junho de 2012

Anfitriões se despedem, e Cristiano Ronaldo comanda classificação portuguesa ao mata-mata da Euro

O capitão português comandou a vitória e a classificação de sua seleção

A terceira rodada da Eurocopa, a última da fase de grupos, ficou bastante marcada pelas precoces e já esperadas eliminações de Polônia e Ucrânia, os países-sede. Os poloneses, derrotados pela República Tcheca por 1 a 0, terminaram na lanterna do grupo A, enquanto os ucranianos perderam para a Inglaterra pelo mesmo placar e ficaram com a terceira colocação do grupo D. Os resultados desses dois anfitriões, aliás, foram bem semelhantes aos de Áustria e Suíça, que receberam a Euro de 2008. Na ocasião, essas duas seleções também não avançaram às quartas-de-final. A outra edição da história do torneio europeu que teve dois países como sedes foi a de 2000, quando a Holanda chegou à semifinal e foi derrotada pela Itália, que seria vice-campeã da França. A Bélgica, a outra anfitriã, não conseguiu ir além da primeira fase, a exemplo da maioria.

A última rodada começou com uma surpresa. No sábado, a Rússia, favorita à primeira colocação do grupo A, acabou derrotada por 1 a 0 pela Grécia e despediu-se precocemente da competição, apesar de ter revelado ao grande público bons valores, como o meia Alan Dzagoev. Outro resultado de certa forma surpreendente foi a vitória por 2 a 0 da já eliminada Suécia sobre a França, que avançou como segunda colocada do grupo D. Nos jogos seguintes, no entanto, nenhuma "zebra". Alemanha e Espanha, as duas principais forças e finalistas da edição de 2008, confirmaram o favoritismo e venceram Dinamarca e Croácia, respectivamente. Pelo grupo B, Portugal superou a vice-campeã mundial Holanda, eliminada sem nenhum ponto ganho. Os demais destaques dessa rodada, como o melhor jogador, a decepção e o gol mais bonito, você vê a seguir. 

O cara: de "vilão" a herói. Um jogador da qualidade de Cristiano Ronaldo precisa de um jogo para ir da primeira à segunda condição. Depois de na partida contra a Dinamarca perder dois gols que poderiam ter custado a classificação de Portugal para o mata-mata, o camisa 7 fez o que dele se espera e comandou a vitória portuguesa por 2 a 1 sobre a Holanda. O capitão do time não se limitou "apenas" aos dois gols marcados e participou das jogadas mais perigosas criadas pela equipe do treinador Paulo Bento. O resultado foi importante, obviamente, porque garantiu os portugueses nas quartas-de-final, mas também pelo fato de ter tirado das costas do atacante do Real Madrid um peso natural sobre todo grande atleta - assim como acontece com Messi na Argentina -, que se vê obrigado a desequilibrar os jogos com a camisa de sua seleção. 

O grande jogo: Portugal e Holanda confirmaram as expectativas e fizeram um bom jogo pelo grupo B. Os holandeses chegaram à última rodada com chances remotas de classificação: precisavam vencer Portugal, torcer contra a Dinamarca na partida contra a Alemanha e partir para o desempate triplo com portugueses e dinamarqueses. Por necessitarem da vitória a qualquer custo, os vice-campeões da Copa do Mundo de 2010 naturalmente foram para o "tudo ou nada". E a seleção portuguesa soube aproveitar muito bem essa exposição holandesa, sobretudo nos rápidos contra-ataques comandados por Nani e Cristiano Ronaldo. Depois do jogo, situações bastante opostas: Portugal avançando para as quartas-de-final com muita confiança, e a eliminada Holanda garantindo a nem um pouco agradável condição de principal decepção da Euro 2012.

A grande exibição: Portugal ainda não havia convencido na Eurocopa. Na primeira rodada, derrota para a forte Alemanha por 1 a 0, resultado que certamente já fazia parte da contabilidade da seleção portuguesa. Já na partida seguinte, vitória sofrida diante da Dinamarca por 3 a 2, com o principal jogador do time, Cristiano Ronaldo, desperdiçando duas chances com as quais não está acostumado e o atacante Silvestre Varela marcando nos minutos finais. Na última rodada da fase de grupos, porém, um jogo para dar confiança ao grupo e ao camisa 7: vitória por 2 a 1 sobre a decepcionante, mas tradicional seleção holandesa, com dois gols justamente do capitão do time. Portugal avança às quartas-de-final para enfrentar a República Tcheca e tem grandes chances de ir além, sobretudo se contar mais uma vez com atuação de gala de seu melhor jogador. 

A decepção: apesar de estar alguns degraus abaixo das favoritas Alemanha e Espanha, há quem aposte no título da França. E existe explicação: a seleção francesa chegou à Euro com uma série de 21 jogos de invencibilidade, além de contar com jogadores talensosos, principalmente no setor ofensivo, como Nasri, Ribery e Benzema. Tudo ia muito bem até a terceira rodada, quando os franceses acabaram derrotados por 2 a 0 pela já eliminada seleção sueca. E a França só não se juntou aos escandinavos porque a Inglaterra venceu a Ucrânia por 1 a 0 no outro jogo da chave. Com a derrota, os comandados de Laurent Blanc avançaram ao mata-mata na segunda colocação do grupo D e, por esse motivo, terão de enfrentar a atual campeã Espanha já nas quartas-de-final. Para piorar, Blanc admitiu que o revés deixou um clima pesado no vestiário francês.

O golaço: a Suécia entrou em campo contra a França pela terceira rodada já sabendo que não tinha mais chances de avançar à fase eliminatória da Euro. Assim, uma possível vitória serviria apenas para que a equipe deixasse a Ucrânia, país onde se hospedou, de maneira digna. Os suecos alcançaram esse objetivo e venceram os franceses por 2 a 0. E uma das principais contribuições dos escandinavos para a competição foi, sem dúvida, o gol que abriu o placar dessa partida. Zlatan Ibrahimovic, um dos maiores atacantes não só da atualidade, mas também do século 21, aproveitou cruzamento vindo da direita e completou de voleio para a meta de Hugo Lloris. Não fossem algumas deficiências técnicas da seleção sueca, que está bem abaixo das grandes potências europeias, golaços do camisa 11 do Milan certamente seriam mais frequentes.

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