sábado, 30 de junho de 2012

Destaque das semifinais da Euro, decisivo Balotelli faz dois e manda favorita Alemanha para casa

Destaque das semifinais, Balotelli promete: fará quatro gols na decisão

Acontece amanhã a grande decisão da Euro 2012. De um lado, a Espanha, atual campeã europeia e do mundo. De outro, a confiante Itália, que incontestavelmente chega à final, deixando de lado a péssima campanha na Copa da África do Sul e os escândalos de apostas em seu futebol. E a promessa é de um confronto equilibrado, assim como ocorreu na primeira rodada, quando essas duas seleções ficaram no 1 a 1. Mais uma vez, a defesa espanhola, a melhor do torneio até o momento com apenas um gol sofrido - justamente para os italianos, em sua estreia -, será exigida: enfrentará a equipe que mais finaliza no gol na competição, a Azzurra, e o jogador que é o segundo colocado nesse quesito, Mario Balotelli. Vale lembrar que, nas semifinais, os defensores espanhóis tiveram pela frente Cristiano Ronaldo, o maior finalizador da Euro, e conseguiram segurá-lo.

Falando no camisa 7 do Real Madrid, é importante destacar a boa campanha da seleção portuguesa, eliminada pelos atuais campeões apenas nos pênaltis. Portugal, que certamente saiu de cabeça erguida, volta a ter o desempenho de destaque dos tempos em que era comandado por Luiz Felipe Scolari, treinador que conduziu os portugueses à final da Euro de 2004 e às semifinais da Copa do Mundo de 2006. A Alemanha, eliminada após perder por 2 a 1 para a Itália, também chegou às semis e, nos últimos anos, conseguiu alcançar as fases mais decisivas dos torneios que disputou. A trajetória dos alemães, no entanto, sem dúvida decepcionou seus torcedores, que não viram a ótima geração atual traduzir sua qualidade técnica em ao menos mais uma disputa de final. A "decepção alemã" e outros destaques das semifinais da Euro você confere a seguir.

O cara:
antes da partida da Itália contra a Alemanha, muitas pessoas viam Mario Balotelli apenas como um jogador que vive envolvido em confusões e cuja qualidade técnica não está à altura de sua marra. E essa era uma opinião até compreensível, já que vários brasileiros não acompanham com frequência o futebol europeu, além do fato de a maioria das notícias que chegam ao Brasil dizer respeito às suas peripécias fora das quatro linhas, como incendiar a própria casa depois de soltar fogos de artifício dentro do banheiro. Porém, a vitória italiana por 2 a 1 nas semifinais da Euro, com dois gols de Balotelli, mostrou àqueles que duvidavam do talento do "Super Mario" que o atacante do Manchester City é capaz de aliar suas aventuras a grandes atuações. E Balotelli já prometeu: vai marcar quatro gols na Espanha em plena decisão. Por que sempre ele?

O grande jogo: do ponto de vista técnico, o 0 a 0 entre Espanha e Portugal está longe de ser unanimidade, apesar da qualidade dos jogadores envolvidos na peleja. Ao longo dos 120 minutos, faltaram jogadas criativas e sobraram faltas: foram 52 anotadas pelo árbitro, de longe a partida campeã nesse quesito. Porém, um jogo de futebol não é feito somente de lances bonitos, e o clássico ibérico proporcionou muitas emoções na cobrança de penalidades, vencida pela Espanha depois do erro do zagueiro Bruno Alves e do gol de Fàbregas. Após a partida, muitos questionaram o fato de Cristiano Ronaldo ter sido colocado como o último cobrador de Portugal. E eu concordo. Acho que não se pode correr o risco de o craque do time não bater o pênalti. Além disso, um possível acerto logo no começo dá maior confiança àqueles que forem cobrar posteriormente.

A grande exibição: antes do início da Euro, poucos apostavam em boas atuações da seleção italiana. Essas expectativas estavam depositadas, em sua maioria, na Alemanha e na Espanha, as duas grandes favoritas ao título. No entanto, quem vem apresentando o futebol mais agradável de se ver até aqui na competição é justamente a Itália. A Azzurra, é verdade, não tem feito muitos gols: são 6, dois a menos que a adversária da final de amanhã. Mas algumas estatísticas estão a favor dos italianos, que têm o maior número de finalizações certas: 55 em 5 partidas, média de 11 chutes na direção do gol por jogo. No duelo contra o bom time alemão, ao contrário do que muitos imaginavam, a Itália passou sem muitas dificuldades. Afinal, os comandados de Cesare Prandelli abriram 2 a 0 ainda no primeiro tempo e sofreram um gol de pênalti apenas nos acréscimos.

A decepção: perder para a seleção italiana, tetracampeã mundial e que vem jogando o melhor futebol da Euro até o momento, não é nenhum vexame. Ao mesmo tempo, não dá para negar que a Alemanha ficou abaixo das expectativas ao dar adeus à competição na semifinal. O "Nationalef" conta com uma ótima geração: além dos já conhecidos da maioria Neuer, Lahm, Schweinsteiger, Özil e Mário Gomez, Joachim Löw tem à sua disposição jogadores que em breve deverão formar a espinha dorsal da equipe, a exemplo do zagueiro Mats Hummels e dos meias Marco Reus e Mario Götze, todos do campeão nacional Borussia Dortmund. Entretanto, os alemães não conseguiram traduzir essa qualidade técnica em título, e a eliminação para a Itália se soma às últimas tentativas de a seleção voltar aos seus tempos de glória, como na Copa de 2002 e na Euro de 2008.

O golaço: na partida contra a Alemanha, Mario Balotelli fez dois verdadeiros golaços. Um deles foi marcado nas redes de Manuel Neuer: o atacante italiano recebeu preciso lançamento de Montolivo e fuzilou a bola no ângulo esquerdo do alemão. Logo depois, Balotelli ainda tirou a camisa em resposta àqueles que se aproveitam do futebol para protagonizar atos lamentáveis de preconceito racial. Para não perder o costume, uma brincadeira com os companheiros de equipe: "sentiram inveja do meu porte físico". O outro bonito lance do italiano aconteceu nas arquibancadas do Estádio Nacional de Varsóvia. Após o jogo, Balotelli correu em direção à sua mãe adotiva, Sílvia Balotelli, para quem dedicou a vitória da seleção, mostrando que por trás de toda essa personalidade forte há uma pessoa como outra qualquer.

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