domingo, 4 de novembro de 2012

Paixão pelo clube de coração e pelo futebol lado a lado

Neymar: atuação de gala e aplausos do adversário
Admito: sou apaixonado pelo Palmeiras. Tenho na cabeça escalações de times históricos, visto a camisa alviverde assim que acordo em dias de jogo, já chorei em inúmeras ocasiões, de alegria e de tristeza, e acredito nas nossas metas até que não haja mais chances matemáticas. Eu, que cresci sendo chamado pela maioria de "palmeirense" ao invés do meu nome de fato, não consigo deixar de fazer tudo isso da noite para o dia, embora a atividade jornalística exija que muitos profissionais não revelem seus times de coração.

Ao mesmo tempo, também amo o futebol. Gosto de acompanhar todos os campeonatos que estiverem ao meu alcance, independentemente do local onde são disputados, do que está em jogo e da qualidade técnica dos atletas envolvidos na peleja. Neste sábado, aproveitei a folga e dediquei o meu dia ao esporte bretão. Abdiquei de dormir até depois do almoço para assistir ao clássico entre Manchester United e Arsenal, vi a derrota do Tottenham para o Wigan, o empate em 0 a 0 do West Ham com o Manchester City, passei por Oeste 1 x 1 Fortaleza, pelas quartas-de-final da série C, e encerrei meu "expediente" com chave-de-ouro: Cruzeiro 0 x 4 Santos, em uma das atuações individuais mais fantásticas que já presenciei. Mas sobre isso falarei mais tarde.

Talvez por gostar tanto de futebol é que, mesmo palmeirense fanático, nunca vi problema em enaltecer o adversário e reconhecer seus méritos quando merecido. Discordo, por exemplo, daquela ideia de que Rogério Ceni "é um goleiro mediano que se consagrou porque faz muitos gols de falta e pênalti", ao contrário do que 99% dos que não torcem para o São Paulo dizem. Ainda que não tivesse passado da marca dos 100 tentos em sua carreira, o camisa 1 são-paulino seria considerado um dos melhores arqueiros que o Brasil já teve, ao lado do "rival" (e meu ídolo) Marcos, com quem dezenas de jornalistas gostam de compará-lo desnecessariamente. Ambos são verdadeiras lendas em seus clubes, assim como Sócrates e Marcelinho no Corinthians.

O caso mais emblemático hoje em dia é o de Neymar. O atacante do Santos é, de longe, o melhor brasileiro em atividade, mas alguns torcedores adversários ainda não admitem que o camisa 11 já é um dos grandes do nosso futebol. Reconheço que, enquanto a bola rola, é comum vaiar e xingar para tentar desestabilizar o jogador rival, como eu e a maioria dos palmeirenses que foram à partida entre Palmeiras e Santos, pelo primeiro turno do Brasileirão deste ano, fizemos. Depois do jogo, no entanto, não há motivos para odiá-lo. Naquele dia, saí chateado do Pacaembu pela derrota por 2 a 1 do meu time, sobretudo pela precária situação em que se encontra, mas, na medida do possível, feliz por ter visto em ação um jogador que me faz gostar ainda mais do futebol.

Quem também passou por essa situação foi a torcida do Cruzeiro. Neste sábado, a equipe mineira, que ultimamente tem apenas feito número no Campeonato Brasileiro, foi humilhada pelo Santos: como eu já havia dito, derrota por 4 a 0 em pleno Independência. Neymar, para variar, acabou como o grande destaque do jogo com três gols e uma assistência. Atuações de gala do santista, porém, já se tornaram corriqueiras. O detalhe curioso é que, nos minutos finais desse duelo, os cruzeirenses aplaudiram e gritaram o nome do atacante da seleção brasileira. É óbvio que essa atitude também ironizava a fraquíssima atuação do Cruzeiro, mas era evidente que aqueles torcedores, das mais variadas idades, estavam felizes por verem Neymar em campo.

Esse fato nos remete ao histórico 19 de novembro de 2005. Naquele dia, Ronaldinho deu um show à parte e ajudou o Barcelona a vencer o Real Madrid por 3 a 0 em pleno Santiago Bernabéu. Os dois golaços anotados pelo brasileiro (que você pode ver nos vídeos que se encontram embaixo do texto) fizeram com que os conservadores madridistas se levantassem de suas poltronas e aplaudissem o atleta do clube catalão. Lembro-me muito bem daquela tarde. Eu, um adolescente de 13 anos que ficava ainda mais encantado com essas atuações, também me levantei do sofá de casa e aplaudi Ronaldinho, um dos meus ídolos de infância. Esse gesto muitas crianças hoje em dia repetem ao verem Neymar, que faz cada uma delas aos poucos se apaixonar por esse esporte.

No primeiro vídeo, veja o que Ronaldinho fez naquele dia para merecer aplausos dos torcedores do Real Madrid no Santiago Bernabéu. Aproximadamente sete anos depois foi a vez de Neymar, outra joia do futebol brasileiro, vivenciar esse sentimento, o que você confere no segundo vídeo.



Um comentário:

  1. Neymar, melhor jogador em atividade do Brasil. Até ai, tudo bem. Mas acho um exagero comparar o Neymar
    com Cristiano Ronaldo, Iniesta, Xavi, Falcao Garcia e outros tantos craques. Nao citei o Messi porque ai, sim, seria algo sem sentido. Me recordo que o Robinho teve todo essa fala de Novo Rei e nao virou nada. Muitos dizem que o Cristiano Ronaldo é puro Marketing. Ja eu, penso que mais marketing que o Neymar, ninguém. Posso queimar minha lingua, mas queria ver ele na Europa. Quero ver ele na Copa do Mundo. Abraços Cairao, Sucesso!

    ResponderExcluir